Uma semana após ter sido conhecido o relatório preliminar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão pública da TAP, os partidos apresentam as suas propostas de alteração. Para o Bloco, não é “aceitável” que audições a João Galamba, Frederico Pinheiro e Eugénia Correia fiquem de fora. Além disso, os bloquistas querem ver explícito no relatório a “responsabilidade” da tutela nos contratos de gestão, o “espaço de privilégio da administração” cedido pelo Estado na atribuição de prémios e a “descapitalização da empresa” que decorreu entre 2017 e 2020 também com a compra da TAP por David Neeleman com “dinheiro da própria TAP”. “Se o objetivo [do PS] for alcançar a verdade, todas as sugestões do bloco devem ser aceites”, atirou o líder parlamentar do Bloco.
Os fundos Airbus e o conhecimento dos mesmos pelo ex-ministro Pedro Marques são a exigência em comum entre os partidos da esquerda. Contudo, repete-se a divergência quanto às polémicas que envolveram o ministério tutelado por João Galamba. Para o Bloco, é obrigatório que estas informações estejam incluídas no documento final. “Não aceitaremos que 2023 seja retirado destes trabalhos porque está inerente à avaliação da tutela [de João Galamba]”, reiterou Pedro Filipe Soares. Apesar de reconhecer a “enorme gravidade” dos acontecimentos de 26 de abril, Bruno Dias defendeu que o “esclarecimento cabal” e o “apuramento de responsabilidades” devem acontecer noutras instâncias da Assembleia da República e não no relatório da CPI.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mcoutinho@expresso.impresa.pt