O comentador da SIC e conselheiro de Estado, Luís Marques Mendes, começou por fazer uma homenagem às vítimas de Pedrógão Grande e às suas famílias, e disse que a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, foi sincera no pedido de desculpas que dirigiu à população local pela ausência do Governo na inauguração do Memorial.
Sobre a sempre eventual e badalada remodelação, Marques Mendes, no comentário deste domingo na SIC, lembra que é pouco provável que se efetue, num momento em que quase “ninguém quer ir para o Governo”. O país correria o risco de a alegada remodelação se resumir “à desgastada ministra da Agricultura”, contestada por quase todos os sectores.
O comentador da SIC afirma que José Luís Carneiro [Administração Interna] é claramente “o melhor ministro”, e que o primeiro-ministro António Costa nunca iria remodelar [neste momento] nenhum ministro do seu “núcleo político”, ou seja, Duarte Cordeiro, Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes, Pedro Adão e Silva e Fernando Medina.
Luís Marques Mendes comentou o relatório da Fundação José Neves – esta semana divulgado – que aponta para uma queda real de 13% nos salários dos licenciados entre 2011 e 2022, optando por destacar a mensagem de esperança que ele contém: A digitalização ajuda a melhorar salários e a aumentar a produtividade das empresas em cerca de 20%.
Entusiasmado com as Jornadas Mundiais Juventude
Claramente entusiasmado com as JMJ, que classifica de “grande momento”, Mendes lembra que é fundamental que corram bem, tanto para a Igreja Católica, porque são um “evento católico”, como para o país, porque é “a imagem de Portugal que está em causa”. Importa que saia reforçada, sublinhou.
O comentador referiu, ainda, que está prevista a vinda de um milhão de peregrinos e participantes oriundos de 151 países, 696 bispos, sendo que o maior número destes representantes da hierarquia católica virão de Itália, Espanha, França, Portugal e Brasil.
As JMJ contam ainda com a participação de 29 mil voluntários, e estão já garantidas pela organização 480 mil pernoitas e mais de dois milhões de refeições.
Pedro Nuno e o totoloto da CPI
Paradoxo dos paradoxos, a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da TAP “causou um enorme desgaste para o Governo”. E a “oposição não beneficiou muito com este desgaste”.
Marques lembra ainda “que, por incrível que pareça, Pedro Nuno Santos é o único que tira vantagem desta CPI. Venceu as expectativas. Em política, as expectativas contam, e, neste caso, as expectativas [eram] que Pedro Nuno Santos iria ser liquidado. Não foi”.
Mas também não foi capaz de convencer os “seus adversários nem provavelmente os portugueses. Mas convenceu os seus apoiantes e convenceu o PS. E isso é o que lhe interessa [porque] o seu objetivo é a liderança do PS”.
No meio disto muito continua por esclarecer, e Luís Montenegro não consegue aproveitar o contínuo desgaste do Governo para subir nas sondagens.
PSD precisa de causas
Mendes mantém o olhar de analista sobre o partido de onde vem: “Ao fim deste tempo todo, ainda ninguém consegue vislumbrar no PSD uma causa, uma proposta alternativa”.
O PSD deveria aproveitar as “próximas férias de Verão para refletir e suprir estas lacunas. Por uma razão simples: se o PSD não ganha as próximas eleições europeias [do próximo ano], fica fragilizado. Para o evitar, o PSD precisa de ter mais ambição”.
Dito de outra forma, Montenegro precisa de umas férias com Red Bull para ganhar asas.
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