O ministro das Infraestruturas insiste que “não mentiu” na comissão de inquérito e diz não ter qualquer receio do envio das atas da comissão para ao Ministério Público. Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Porto de Lisboa, João Galamba acusa o PSD de “ato de desespero” ao focar-se “em pequenos incidentes”, em vez de se focar no que interessa aos portugueses.
“O PSD diz o que lhe apetecer, é normal que se foque num ponto quando não tem mais nada a dizer sobre o resto”, disse João Galamba quando questionado sobre as acusações do PSD de que o ministro teria mentido na comissão de inquérito quando disse que foi o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro que lhe recomendou que ligasse ao SIS. Coisa que, na audição da semana passada, o secretário de Estado Adjunto, António Mendonça Mendes, não confirmou.
Afirmando não ter receio de que o Ministério Público analise as suas declarações, João Galamba diz que “a realidade normalmente sobrepõe-se ao que as pessoas dizem”, referindo-se ao que o PSD tem dito e ao que a realidade mostra.
Já quanto ao discurso do Presidente da República no 10 de junho, onde Marcelo se referiu a “ramos mortos” na árvore que seria o Governo, o ministro escusou-se a comentar. “Não vou entrar entrar em considerações hermenêuticas sobre botânica e vitivinicultura, espero que percebam”, começou por dizer, afirmando que não se sente um ramo morto, mas sim um ministro ”com agenda exigente, focado no seu trabalho". “O meu dever é fazer o meu trabalho, que é demasiado importante para que os portugueses tenham um ministro que se dedica a questões laterais”, disse.
João Galamba disse ainda que não se sentia afetado pelos “apupos” ouvidos no 10 de junho, até porque também ouviu aplausos e “muita gente” foi falar consigo. “Faz parte”, disse, lembrando que grande parte dos trabalhos da CPI remetem para uma altura em que Galamba não tinha qualquer responsabilidade naquela pasta, como tem lembrado o primeiro-ministro.
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