António Costa parece estar a conseguir estancar a sangria na queda de popularidade. Apesar de a nota ainda ser negativa (27 pontos negativos), de acordo com o mais recente barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF, o primeiro-ministro já não está na queda a pique que o atormenta desde abril de 2022. Isto ao contrário da maioria dos seus ministros, com destaque para João Galamba, que é o mais mal visto e mais impopular do atual Governo.
Entre as prováveis explicações para que António Costa esteja a levantar a cabeça em matéria de popularidade, poderão estar os anúncios de várias medidas que vão diretas ao coração dos portugueses: o subsídio de 90 euros por trimestre às famílias mais vulneráveis, o aumento suplementar de 1% na Função Pública, o IVA zero, o apoio ao pagamento de rendas e a bonificação de juros para quem tem empréstimos à habitação.
E se é provável que os “casos e casinhos” e escândalos na TAP continuem a fazer estragos na imagem de Costa, o desgaste e descontentamento dos portugueses recai mais em cima de Fernando Medina e, sobretudo, de João Galamba (que é, agora, o ministro do Governo com pior resultado na sondagem).
De personagem desconhecida a persona non grata do Governo. Foi o percurso de João Galamba entre janeiro e abril, na avaliação dos portugueses, que lhe atribuíram um saldo negativo de 42 pontos. E nem os eleitores socialistas o poupam. No outro extremo de popularidade está Mariana Vieira da Silva, a única ministra com uma imagem positiva, de acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF.
Outro dado importante neste barómetro é o facto de a sondagem ter sido feita antes de António Costa anunciar a nova atualização das pensões (e que chegará ao bolso dos pensionistas em julho), revertendo o "corte" anunciado em setembro de 2022. Isto porque a avaliação que os portugueses com 65 ou mais anos têm feito ao primeiro-ministro tem vindo a piorar: de principal pilar da sua popularidade, este escalão etário evoluiu para uma avaliação cada vez mais feroz, que atinge o seu máximo neste barómetro (saldo negativo de 33 pontos). Estes números seriam provavelmente diferentes, mais abonatórios para o governo, caso a auscultação tivesse sido feita depois de ter sido anunciada a medida de atualização das pensões de reforma.
Abril marcou, também, a queda de popularidade do Presidente da República. A insatisfação com a situação económica, social e política também não poupa críticas a Belém, que, ao contrário de Costa, ainda não consegue recuperar o fôlego. De acordo com a sondagem, os 46 pontos de saldo positivo que Marcelo alcançou no barómetro de há um ano estreitaram-se até aos sete que, agora, recebe na avaliação dos portugueses.
Quando se questiona as pessoas sobre em quem têm mais confiança, a balança pende, habitualmente, para Marcelo (44%). Mas Costa consegue, desta vez, o seu melhor resultado de sempre nesta série de barómetros (19%).
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes