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Política

Como cai uma maioria? Por dentro

O PS fez 50 anos, mas nem a maioria salvou a festa da ameaça de crise política. O anúncio dos aumentos de pensões e o verdadeiro perigo que paira sobre António Costa, no Observatório da Maioria, uma newsletter para assinantes do Expresso

Como cai uma maioria? Por dentro

David Dinis

Diretor-adjunto

Ainda a procissão ia no adro quando ouvimos este aviso do Presidente da República: “Só o Governo e a sua maioria podem enfraquecer ou esvaziar” a estabilidade política. Era dia 1 de janeiro, recordou a Rita Dinis neste texto da última edição do Expresso. O caso Alexandra Reis já tinha rebentado, Pedro Nuno Santos tinha acabado de se demitir. E Marcelo elencava os cinco pecados que poderiam ser capitais para esta maioria absoluta: "Por erros de orgânica, ou por descoordenação, ou por fragmentação interna, ou por inação, ou por falta de transparência, ou por descolagem da realidade”.

Nem passaram quatro meses. Pedro Nuno saiu do Governo, a Comissão de Inquérito à TAP começou a destapar um tipo de governação frágil, e já não e possível esconder a inflação. A última sondagem mesmo assim surpreende, pela tripla negativa: o PS cai muito, a avaliação do Governo também, a de António Costa passou a vermelho - pela primeira vez.

Não admira, por isso, que o Governo corra a anunciar um novo aumento para os pensionistas, rompendo três pressupostos anteriores (como recorda o Público): se em setembro a sustentabilidade não estava garantida, agora já está; se havia um grupo de trabalho que ia estudar a adequação das regras de cálculo das pensões, esse trabalho fica condicionado; se ainda em março era preciso adequar essas regras aos “picos de inflação”, já não é preciso. O Governo alega que refez as contas e que a sustentabilidade das pensões está garantida até 2033, mas compromete mil milhões por cada ano contra estimativas de baixo desemprego que sabe serem incertas.

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