Política

César admite “erros”, pisca olho a jovens e idosos e coloca PS como único partido capaz de travar a extrema-direita

César admite “erros”, pisca olho a jovens e idosos e coloca PS como único partido capaz de travar a extrema-direita
TIAGO MIRANDA

Na celebração dos 50 anos do Partido Socialista, com apenas dois ex-líderes presentes num pavilhão cheio, Carlos César fala em “erros” mas coloca o PS como único partido capaz de impedir a ascensão da extrema-direita em Portugal. Pensionistas e jovens são o eleitorado que socialistas terão de conquistar, admite

A casa está cheia para celebrar os 50 anos do Partido Socialista, em Lisboa. Perante uma plateia recheada de históricos socialistas, apesar de poucos ex-líderes (apenas Ferro Rodrigues e Vítor Constâncio), coube ao presidente do PS, Carlos César, fazer a primeira intervenção da noite, pondo o PS no pedestal da "única força política" capaz de "impedir a extrema-direira" de chegar ao poder em Portugal, já que os partidos da direita (PSD e IL) são “cúmplices e benevolentes”.

Defendendo a história do partido, César apelou a que o PS não deixe de continuar a “procurar ser” o “porto de abrigo da esperança dos portugueses”, aconselhando o partido a manter os jovens e os idosos debaixo de olho, os primeiros porque são a base do futuro, os segundos porque são uma base eleitoral importante para o presente.

“Fomos sempre e devemos continuar a ser um porto de abrigo da esperança dos portugueses, dos mais jovens aos mais idosos”, disse, dando o exemplo do anúncio feito pelo Governo esta segunda-feira com o aumento das pensões para reformados. Continuar a cuidar da democracia é outro dos conselhos do presidente socialista. “O Portugal democrático que venceu o Portugal amordaçado tem de valer a pena, e temos de cuidar dele a todo o tempo”, disse.

Carlos César instou ainda o PS a continuar a “cuidar do Portugal democrático” e a definir essa como a sua “principal missão”. “Essa é cada vez mais uma missão deste PS, uma missão em que este PS tem de voltar a ser vencedor”, disse, definindo precisamente o PS como o único partido capaz de fazer barreira às aspirações do Chega, partido da direita anti-democrática, de chegar ao poder.

“O PS continua a ser uma força cívica essencial e sensível às mudanças e à sua propria mudança com a compreensão e a resposta necessárias aos novos problemas e desafios com que nos confrontamos no mundo, na Europa e no nosso país. Somos o PS europeu com maior representativade parlamentar e somos a única força partidária sobre a qual se tem a certeza que mais quer impedir a ascensão ao poder da direita radical e da extrema-direita”, disse, lembrando que, “apesar da sua arrogância e estridência”, ainda está abaixo da dimensão eleitoral que atinge noutros países da Europa.

Segundo César, o PS é o único capaz de fazer essa barreira, porque o Chega conta com a “benevolência e cumplicidade” dos seus “amigos próximos da direita” (PSD e Iniciativa Liberal).

TIAGO MIRANDA

A ordem do presidente socialista é “continuar a combater a extrema-direita com humildade e audição democráticas”, e sobretudo agindo junto dos problemas das pessoas: "corrigindo as desigualdades, melhorando os resultados da governação e fazendo o país progredor entre os demais".

Ainda assim, Carlos César admite erros e momentos “intranquilos” vividos por este PS e este Governo, não identificando quais. “Com os nossos erros e as nossas virtudes, nos momentos mais tranquilos e mais trabalhosos, com mais ou menos sucessos, o PS foi sempre decisivo nas inovações e nas mudanças positivas que o país conheceu no último meio século”, disse.

O pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, pintou-se de vermelho para celebrar os 50 anos socialistas, com poucos ex-líderes presentes (José Sócrates e António José Seguro são as maiores ausências, mas foram referidos em vídeo), mas com fundadores e históricos socialistas presentes, de Manuel Alegre a Jaime Gama, passando por Eduardo Ferro Rodrigues e Vítor Constâncio. Da família europeia, estão também presentes o dirigente do SPD e chanceler alemão Olaf Scholz, e o antigo líder do PSOE, Felipe González.


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