Política

Câmara de Lisboa inicia processo participativo sobre requalificação da Almirante Reis

Câmara de Lisboa inicia processo participativo sobre requalificação da Almirante Reis
TIAGO PETINGA

Anúncio sobre o início do processo participativo para requalificação do eixo da Avenida Almirante Reis foi feito na reunião pública descentralizada do executivo municipal, que decorreu na Salão Paroquial da Igreja de São Francisco de Assis, em Arroios, para ouvir os munícipes das freguesias de Arroios e da Penha de França

O presidente da Câmara de Lisboa anunciou esta quarta-feira o início do processo participativo para requalificação da Avenida Almirante Reis, para que seja encontrada uma solução estrutural que responda aos desafios de mobilidade, acessibilidade pedonal, segurança e qualidade ambiental. "Já podem ir ao 'site' -- lisboa.pt/eareis -- para participação pública em relação àquilo que estamos a prever para Almirante Reis", disse o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

O anúncio sobre o início do processo participativo para requalificação do eixo da Avenida Almirante Reis foi feito na reunião pública descentralizada do executivo municipal, que decorreu na Salão Paroquial da Igreja de São Francisco de Assis, em Arroios, para ouvir os munícipes das freguesias de Arroios e da Penha de França.

Entre os cerca de 20 munícipes que participaram não houve questões sobre o futuro da ciclovia da Avenida Almirante Reis, na freguesia de Arroios, que tem estado em aberto desde as eleições autárquicas de setembro de 2021, uma vez que Carlos Moedas começou por defender que essa pista ciclável era para acabar, propôs uma solução provisória de reperfilamento desta artéria, mas acabou por recuar para priorizar um projeto a longo prazo, inclusive porque se preveem obras do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) nesta zona.

Os fregueses de Arroios não se pronunciaram sobre a Almirante Reis, mas o presidente da câmara aproveitou as questões dos munícipes da freguesia da Penha de França sobre a requalificação da Rua Morais Soares para falar no assunto.

Assumindo que teve "um custo político" quando decidiu recuar na solução a curto prazo para priorizar um projeto a longo prazo para a Almirante Reis, Carlos Moedas frisou que a resposta passa por estudar o reperfilamento desta artéria, esperando ter resultados "em breve", referindo que o mesmo se aplica à Rua Morais Soares.

"Estamos a trabalhar no sentido de não fazer algo que seja repentino, mas fazê-lo de forma estrutural, porque toda esta zona da cidade, e sobretudo quando falamos na Morais Soares ou na Almirante Reis são avenidas que deveriam ter uma nobreza diferente se olhássemos para elas do ponto de vista estrutural", declarou o autarca.

Carlos Moedas defendeu que é preciso criar soluções que respondam aos diferentes usos do espaço público, com área destinada a ciclovias seguras e a vias para os carros circularem, bem como passeios para os peões.

"Vamos ter de ter soluções para os carros que existem, eles irão diminuindo no tempo, daqui até 2030, até 2035, mas temos de encontrar silos para os estacionar. Não podemos de um dia para o outro mudar o paradigma que temos, mas podemos ir mudando esse paradigma e é nesse sentido que acho que temos de trabalhar e encontrar pontos comuns", apontou.

Morada na freguesia da Penha de França, Rosa Félix interpelou o executivo municipal sobre a mobilidade na zona do Alto do São João, referindo que "é tudo menos a cidade dos 15 minutos", porque se demora entre 25 a 30 minutos até uma estação de metro, uma estação Gira de bicicletas públicas partilhadas ou uma caixa de multibanco.

Relativamente à Rua Morais Soares, disse que o troço entre a Praça Paiva Couceiro e a Avenida Afonso III "é uma autêntica autoestrada de um quilómetro, sempre a direito e com duas vias para cada sentido", em que os automóveis circulam a "velocidades disparatadas", existindo registo de atropelamentos mortais nesta artéria.

Rosa Félix propôs ao executivo a redução do número de vias rodovias neste troço e a colação de uma infraestrutura ciclável segura, para que Rua Morais Soares tenha "uma nova cara em breve, com um plano sério para toda a sua extensão e que dê atenção necessária ao peão, aos transportes público, e que se torne um espaço público de qualidade".

Em resposta, o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade, afirmou que "hoje o espaço publico é escasso e é reivindicado por diferentes utilizadores e por diferentes utilizações, e esse é um grande desafio", o que obriga o executivo a arbitrar algumas dessas reivindicações.

Anacoreta Correia reconheceu que a Morais Soares é uma rua "difícil", mas estão previstos já dois projetos de requalificação do espaço público nesta zona.

Em novembro de 2022, a Câmara de Lisboa aprovou a metodologia para o desenvolvimento do Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, prevendo um processo de participação pública para, posteriormente, elaborar o programa de intervenção e iniciar obra em 2025.

A participação pública inclui o lançamento de uma campanha informativa e a realização de ações como 'world cafés', inquérito, maratona de ideias e 'focus group'.

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