Política

Marinha perde 1,3 militares por dia, mas Governo não autoriza as contratações necessárias

17 março 2023 22:18

Vítor Matos

Vítor Matos

Jornalista

Gouveia e Melo foi esta quinta-feira à Madeira falar “olhos nos olhos” com os marinheiros

homem de gouveia/lusa

O caso dos marinheiros que recusaram embarcar trouxe a público os problemas e as necessidades da Armada: desgaste de pessoal e material. Governo aumenta verbas de manutenção, mas Alfeite não tem capacidade de resposta.

17 março 2023 22:18

Vítor Matos

Vítor Matos

Jornalista

Se estou contente com o estado da esquadra? Não! Se estamos a trabalhar empenhados, todos, em alterar esse estado de coisas? Sim!” Quando o almirante Gouveia e Melo usou esta frase no seu discurso, na Madeira, à guarnição do navio de patrulha oceânico “Mondego” foi um sinal político para dentro e para fora da instituição. Os problemas da Marinha são graves e difíceis de resolver — desde manutenção do equipamento a retenção do pessoal — e não vão acabar tão depressa, mesmo com a aprovação da proposta de revisão da Lei de Programação Militar (LPM) no Conselho de Ministros desta quinta-feira, que decorria enquanto o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) fazia um discurso muito duro para os 13 amotinados que no sábado recusaram embarcar no ‘patrulhão’ para seguir um navio russo ao largo de Porto Santo.

“Pode o estado da esquadra mudar instantaneamente? Não! Requererá muito esforço de todos, muita imaginação, determinação, paciência e dedicação. Estamos todos empenhados, e aqui incluo necessariamente a tutela”, afirmou o almirante, englobando o Governo e a ministra da Defesa, Helena Carreiras, na solução (e no problema).