17 março 2023 19:26
rodrigo antunes
Com crise de disciplina na praça pública, Gouveia e Melo avançou para evitar mais revoltas na Marinha
17 março 2023 19:26
Quando Gouveia e Melo soube da revolta no “Mondego” já nada podia fazer senão avançar para as punições dos 13 militares envolvidos. Uma das possibilidades de serem contidos os efeitos políticos e mediáticos de mais esta crise nas Forças Armadas era o navio ter repensado a missão antes de o motim se ter concretizado, uma vez que não estava em causa uma situação de vida ou de morte, como uma busca e salvamento, mas sim “mostrar a bandeira” a um navio russo que navegava ao largo de Porto Santo, como diz um almirante retirado com muita experiência de navegação. No entanto, quando o CEMA foi informado já pouco havia a fazer senão avançar com um discurso público duro e focado na “disciplina”, exemplar para conter novas tentações de sublevação na Armada.
O resultado da recusa em embarcar não estaria nos planos dos sargentos e praças da “casa das máquinas” que formaram no cais recusando a missão. Apesar de as associações militares terem disponibilizado serviços jurídicos aos militares em causa, estes preferiram constituir o seu próprio advogado e terão entrado em silêncio. Serão ouvidos na segunda-feira às 10h pela Polícia Judiciária Militar. Poderá estar também em causa a divulgação de informação militar classificada, como o estado em que se encontrava o ‘patrulhão’, que correu as redes sociais.