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Marcelo aconselha PSD a não fazer da imigração um cavalo de batalha

Moedas e Montenegro não gostaram do apelo de Marcelo para que tenham bom senso
Moedas e Montenegro não gostaram do apelo de Marcelo para que tenham bom senso
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Montenegro e Moedas foram visados pelo Presidente da República e não gostaram. PSD está cada vez mais obrigado a “definir-se” na relação que quer ter com o Chega

Marcelo aconselha PSD a não fazer da imigração um cavalo de batalha

Ângela Silva

Jornalista

Marcelo aconselha PSD a não fazer da imigração um cavalo de batalha

Hélder Gomes

Jornalista

Marcelo Rebelo de Sousa considera um erro o PSD entrar na discussão sobre imigração, pelo menos no registo em que esse debate tem ocorrido. Para o Presidente da República, o debate a quente sobre esse tema deve ser deixado para os partidos mais radicais, que cada vez mais o escolhem como bandeira política, reservando-se os partidos do centro à apresentação de propostas para uma solução global. Isto mesmo já foi partilhado pelo Presidente com dirigentes sociais-democratas e com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a quem Marcelo aconselhou a afastar-se da discussão, a menos que tenha para apresentar uma solução que inclua as várias vertentes do problema e que passam pela habitação, saúde e segurança social. “São situações tão complexas que um partido que pensa vir a ser Governo só ganha em encontrar soluções integradas para o problema, sem fazer dele um cavalo de batalha, isso é um disparate”, explicam ao Expresso no Palácio de Belém. A convicção do Presidente é que entrar na discussão “fácil” sobre estas matérias só serve para “alimentar os radicais”.

Atento há muito aos riscos de radicalismos xenófobos, tema que chegou a puxar para um discurso no 25 de Abril, Marcelo tem feito a pedagogia da tolerância contra a agenda do Chega. E após o incêndio na Mouraria, em Lisboa, onde morreram dois imigrantes que viviam em deficientes condições de habitabilidade, achou um erro Moedas vir defender que os imigrantes só devem vir para Portugal com contrato de trabalho. Como também achou imprudente Luís Montenegro, o presidente do PSD, vir dizer que devemos escolher os imigrantes com mais afinidades connosco. “Declarações muito emocionais, feitas em cima de casos, correm o risco de ser irracionais e de ir a reboque de posições mais emocionais, que terão sempre mais sucesso em termos de captar a opinião pública”, afirmou o chefe de Estado, avisando, sem citar nomes nem partidos, que a “cópia perde sempre para o original”.

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