Política

Cravinho considera "difamatória" notícia sobre imobiliária e diz que respondia ao questionário do Governo "sem problemas"

João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros
João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros
RAUL CARO/LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros considera "difamatória" a associação a António Barão, que fundou uma sociedade imobiliária de que é sócio. E nega conhecimento da condenação de um dos seus sócios por fraude fiscal. Cravinho disse que já fez um rápido "exercício mental" olhando para as 36 perguntas do novo questionário do Governo a candidatos a governantes e que não tem "dúvida nenhuma" de que responderia "sem problemas".

Lusa e Expresso

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que já fez um rápido "exercício mental" olhando para as 36 perguntas do novo questionário do Governo a candidatos a governantes e que não tem "dúvida nenhuma" de que responderia "sem problemas".

"Eu já fiz muito rapidamente o exercício mental olhando para as perguntas. Não tenho dúvida nenhuma de que posso responder a esse questionário sem problemas", declarou, quando questionado, em Bruxelas, sobre se estaria disponível a responder ao questionário, recentemente criado pelo Governo, embora este se destine apenas a futuros secretários de Estado e ministros, e não a governantes já em funções.

Em declarações à imprensa à margem de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia, João Gomes Cravinho também comentou a notícia da véspera da CNN Portugal de que é sócio de uma sociedade imobiliária, cujo fundador, António da Silva Barão, esteve envolvido num negócio imobiliário que lesou o fundo de resolução do Novo Banco (NB) em 260 milhões de euros, considerando que associação feita é "inteiramente difamatória".

"Queria desde já dizer que é inteiramente difamatória a associação a uma pessoa que era um antigo proprietário da empresa que foi adquirida. É uma pessoa que eu não conheço, com quem nunca tive nenhum contacto, e nenhum dos sócios o conhece nem teve qualquer contacto com ele", começou por explicar.

João Gomes Cravinho admitiu, por outro lado, que conhece "há muitos e muitos anos" outro sócio da empresa de gestão imobiliária Eurolocarno, Marcos Lagoa, que, segundo a CNN Portugal, já foi condenado por fraude fiscal, mas garantiu que "desconhecia qualquer problema judicial ou fiscal que pudesse ter" e sublinhou que não tem nada a ver com esses problemas.

"A partir de 2015, efetivamente tornei-me sócio desta empresa, nunca tive nenhuma responsabilidade de gestão, e venho a saber ontem [domingo] que aparentemente um dos sócios teve problemas de natureza fiscal. Desconhecia por inteiro, mas quero sublinhar que esses problemas nada têm a ver com a empresa e muito menos comigo".

"Não há qualquer tipo de ligação entre mim e eventuais problemas de natureza judicial que possam existir. A própria empresa nunca teve qualquer tipo de problema legal, tem os impostos em dia, não tem dividas à segurança social. E, desde o momento de entrada no Governo, nas sucessivas declarações ao Tribunal Constitucional, declarei ter uma participação de 20%, e não maioritária, como inicialmente se disse", completou João Gomes Cravinho.

Quando questionado sobre a atividade da empresa, o ministro respondeu de forma vaga: “É de gestão imobiliária. para comprar e vender imóveis.” Depois, justificou que nunca teve “responsabilidade de gestão”, mas disse que a sociedade compra e vende “apartamentos, imóveis do mercado normais, um pouco por todo o lado, não faço ideia, enfim. Sei que é em várias partes do país, imagino que maioritariamente em Lisboa, apartamentos de residência”, informou o MNE.

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