Francisco Assis, presidente do CES, não tem dúvidas de que os protestos dos professores “têm de ser ouvidos”. Há uma “questão existencial” por detrás desta crise, por parte dos docentes que se sentem “ permanentemente postos em causa, pela comunidade em geral, pelos pais, pelos alunos”. “Algumas das chamadas ‘novas pedagogias’ são responsáveis pelo estado a que chegou o ensino”, diz Assis, para quem os conceitos como “ disciplina”, “autoridade”, “rigor” e “sacrifício” foram retirados das sociedades – e da escola – moderna. Abrindo “caminho para uma certa cretinice”.
Vivemos um crescendo de conflitualidade social. O CES enquanto núcleo representativo da sociedade civil não devia ter antecipado o que estamos agora a assistir?
O que está acontecer, em Portugal e noutros países europeus, é uma alteração dos mecanismos de participação pública a vários níveis, quer do ponto de vista político, quer social. Veja o exemplo dos sindicatos que estão a surgir fora das federações. Há uma crise daquelas que eram, até agora, as grandes instituições de representação, quer a nível político, social ou económico.
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