O Parlamento aprovou esta quarta-feira a audição ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, no âmbito da operação “Tempestade Perfeita”. O requerimento apresentado pelos sociais-democratas foi votado durante a comissão de Defesa e contou com os votos a favor do PSD, Chega, IL e PCP e a abstenção do PS.
No documento, o PSD apresentou um conjunto de 30 perguntas dirigidas ao ex-ministro da Defesa, alegando que Gomes Cravinho não esclareceu todas as dúvidas durante o debate de urgência requerido pelo Chega no final de dezembro.
Entre as perguntas, os sociais-democratas questionam o ministro porque é que nomeou Alberto Coelho como presidente do conselho de administração da ETI – Empordef Tecnologias de Informação, quando já havia dados para colocar em causa a sua idoneidade. E porque motivo "não foi determinada a abertura de um processo disciplinar ao diretor-geral dos Recursos da Defesa Nacional”, após não ter sido reconduzido no cargo.
O PSD questiona ainda Gomes Cravinho sobre quando soube da derrapagem financeira nas obras do antigo Hospital Militar de Belém, acabando por custar triplo do valor que estava “inicialmente orçamentado”.
Recorde-se que em dezembro, o PSD apresentou outro requerimento no mesmo sentido, mas acabou por ser chumbado com o PS a remeter para as explicações que seriam dadas pelo governante durante o debate requerido pelo partido de André Ventura.
Em causa estão suspeitas de corrupção, abuso de poder e branqueamento, entre outros crimes, que terão lesado o Estado em milhares de euros. A operação “Tempestade Perfeita” levou à detenção de três altos quadros da Defesa e já conta com 19 arguidos.