Política

Marcelo dá tempo a Costa e mantem a ‘bomba atómica’ em modo de espera

30 dezembro 2022 10:03

Marcelo Rebelo de Sousa

josé sena goulão/lusa

Presidente tem avisado que 2023 “é decisivo” e não exclui que a legislatura não chegue ao fim

30 dezembro 2022 10:03

Um dos talentos do Presidente da República é ver bem ao longe — o treino de décadas como analista político ajuda —, mas quando, há um mês, Marcelo Rebelo de Sousa disse que o ano de 2023 “será o grande teste do qual dependerá o resto da legislatura”, nem o seu olho de lince estaria a antecipar o rombo no Governo a que o país assistiu esta semana. O estrondo, que incluiu a demissão do poderoso ministro das Infraestruturas, foi tal que o Presidente viu-se questionado sobre se estaria em causa o regular funcionamento das instituições. A resposta que deu não abre espaço para ruturas no imediato: “Este Governo tem nove meses de vida e uma maioria absoluta saída de eleições”, sublinham no Palácio de Belém, mas a prazo a resposta de Marcelo dá para tudo.

“Está em causa um processo de reajustamento do Governo muito acelerado”, afirmou após a demissão de Pedro Nuno Santos. E é na aceleração que reside o busílis da questão.