16 dezembro 2022 19:09

O novo líder comunista, na terça-feira, na sede do PCP, em Lisboa
Em entrevista ao Expresso, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, avalia as relações com o PS, desafia os socialistas a boicotarem a revisão constitucional e mostra-se conformado com a terceira aprovação da eutanásia no Parlamento
16 dezembro 2022 19:09
A tempestade fez com que Paulo Raimundo demorasse três horas a chegar da Moita, onde mora, à Soeiro Pereira Gomes, onde tem o seu gabinete a ser organizado. Mas nem o mau tempo nem o facto de ser a oitava entrevista dada num espaço de apenas um mês tiraram o ânimo ao novo secretário-geral comunista. “O PCP é o que é” e este é o homem que promete renovar o estilo mas continuar a dar luta “à política de direita, venha ela de onde vier”. O PS e António Costa estão agora, de novo, na mira da oposição comunista.
Como estão as relações com o PS? Há possibilidades de convergência?
Há todas. Se fizermos andar a fita para trás, o grande problema não foi a nossa falta de vontade de convergência, mas sim a do PS! Dois dos problemas fundamentais que atravessamos hoje — saúde e salários — foram exatamente os que identificámos como obstáculos para o OE 2022, que acabou chumbado e a precipitar eleições. Basta ver os alertas e a força que fizemos para que estivessem nas medidas do OE. E não estiveram.