Marcelo Rebelo de Sousa diz que ainda não leu a entrevista do primeiro-ministro à Visão - “só li os títulos, vou ler esta tarde” - mas ouviu dizer que António Costa é otimista e não estranha: “O que é que se esperaria do primeiro-ministro?”, comentou, “o Governo tem que puxar pelos seus galões e da oposição espera-se que seja crítica. Tem que ser crítica e violenta”.
O Presidente da República falava à saída do Natal dos Hospitais, onde aproveitou para fazer votos de “um Natal com esperança e solidário com os que mais sofrem”. E admitiu que o reforço de apoios sociais para os mais carenciados decidido esta quinta-feira pelo Executivo no conselho de ministros, pode ter que ser alargado no início do próximo ano.
“Este apoio é muito superior ao de outubro e cobre os que são muito, muito carenciados, mas isso não quer dizer que no futuro se for necessário não haja outro tipo de alargamento”, afirmou o PR, considerando que “se a situação continuar, com a guerra, carências sociais e inflação a prosseguirem, o Governo inevitavelmente como antecipou agora o que era suposto para o início do ano que vem, também no início no ano estará disponível para um apoio complementar”.
Sobre a antevisão de António Costa na entrevista à Visão de um défice abaixo do previsto e nunca superior a 1%, Marcelo Rebelo de Sousa comentou que o PM “diz isso porque já sabe os números” e “sabe que isto se aguentou muito razoavelmente”, apesar do contexto desfavorável.
Na sua opinião, há três razões para isso. “O défice está a ser muito, muito apertado e controlado”; “termos aprovado o Orçamento de Estado tarde" foi “uma vantagem, o OE beneficiou dos duodécimos e temos uma folga”; e “o turismo correu muito bem”.
Quanto ao otimismo do primeiro-ministro, o Presidente acha normal que o chefe do Governo se mostre “cheio de força para o futuro” porque é esse o seu papel, mesmo quando isso é lido por alguns como “arrogância ou sobranceria e digam, olha lá está ele convencido de que é o melhor".
Já da oposição, “que é considerada pelo Governo muito crítica e violenta”, Marcelo também acha normal que assim seja. “A oposição tem que ser crítica e violenta”, afirmou reconhecendo que há oposições diferentes “uma mais violentas e outras menos (o PSD?), porque ainda tem muito tempo e caminho para andar”.
Quanto ao Presidente, aproveitou a pergunta de uma jornalista sobre como fica “no meio disto tudo”, para responder de jacto: “Ora aí está, a minha posição é no meio disto tudo”.
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