O clima de crispação entre o primeiro-ministro e os liberais não é de agora. Nos últimos debates, a troca de acusações tornou-se mais acesa no Parlamento, nomeadamente entre António Costa e Cotrim de Figueiredo. Costa fez questão de se pronunciar desde logo sobre o lugar deixado vago na liderança do partido e, esta quarta-feira, em entrevista à revista “Visão” não hesitou em atacar mais os liberais, apelidando-os de “queques que guincham”.
Os candidatos à liderança da IL não demoraram a reagir às declarações de António Costa, condenando os termos utilizados pelo primeiro-ministro. Carla Castro criticou aquilo que considera serem “declarações infelizes” e aconselhou o PM a preocupar-se “com a sua equipa” e o “estado do país”.
"A Iniciativa Liberal está no Parlamento para fazer uma política diferente, recusando a utilização de termos como "queques que guincham" ou outros soundbites popularuchos típicos de António Costa e absolutamente impróprios para um Primeiro-Ministro", afirmou em comunicado.
“Queremos é oferecer propostas concretas que melhorem a vida dos portugueses, lhes devolvam a esperança e os retirem da estagnação socialista dos últimos 20 anos que nos meteu na cauda da Europa”, acrescentou.
No Twitter, Rui Rocha criticou também os “modos grosseiros” do chefe do Governo e devolveu a acusação sobre a relação com o Chega: “É inevitável que o PM perca cada vez mais a compostura e a educação com a IL. Pode protestar o que quiser nos seus modos grosseiros: continuarei a lutar para impedir que o PS abuse do seu poder e torne Portugal medíocre”, escreveu na rede social.
Para o candidato liberal, Costa “tem o estilo de quem só pode estar sentado aos ombros de André Ventura”.
Em entrevista à “Visão”, o primeiro-ministro defendeu que a “direita democrática” deixa-se “contaminar” pelo Chega e a mudança da liderança na IL prende-se com necessidade de o partido ter que se fazer ouvir e assumir um lugar na oposição. Mas lamentou o facto de os liberais não estabelecerem uma “barreira clara” ao partido de Ventura.
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