8 dezembro 2022 23:30

Luís Montenegro e Joaquim Miranda Sarmento no encerramento das Jornadas Parlamentares do PSD
tiago petinga/lusa
Ideia de referendo à última hora foi consensual entre direção do partido e líder parlamentar, mas gerou incómodo
8 dezembro 2022 23:30
Luís Montenegro foi sempre a favor de referendar a legalização da eutanásia, posição que expressou ainda antes de tomar posse enquanto líder social-democrata. Esta semana, voltou à carga, mas a bandeira saiu demasiado tarde da gaveta. Augusto Santos Silva recusou a proposta e o mal-estar na bancada social-democrata instalou-se. Não só os deputados do PSD participaram no processo legislativo sem nunca terem posto a hipótese de referendo na mesa, como há quem estranhe a pouca solidez da proposta apresentada esta semana pelo líder. “Metemos a pata na poça”, admite-se em surdina.
A decisão de avançar agora com a ideia do referendo foi tomada na comissão permanente do partido e não teve votos contra. O líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento, que muitos estranharam não ter dado a cara esta semana, esteve presente na reunião e confirma a unanimidade. “Sempre fui a favor do referendo”, diz ao Expresso, lembrando que foi assim que votou no passado dia 9 de junho, e acrescentando que também na direção da bancada parlamentar “todos concordaram” com a ideia. Mas a verdade é que a forma como o processo foi gerido, que permitiu ao presidente da Assembleia da República demolir a iniciativa social-democrata por incorrer numa alegada “contradição insanável” com a Constituição, deixou deputados incomodados pela imagem que passou para fora.