Na semana de votação da nova lei da eutanásia, o PSD volta a defender a realização de um referendo. Mas quantas vezes os cidadãos foram chamados a votar no resto do mundo? Duas. Na Nova Zelândia, em 2020, e em Oregon, nos EUA, em 1994. Os restantes países avançaram para a legalização apenas com o aval político ou dos tribunais.
Na Europa, a eutanásia é legal em quatro países – Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo e Espanha – e o suicídio assistido noutros cinco – Alemanha, Suíça, Suécia, Áustria e Itália. Em nenhum destes casos a sociedade civil foi chamada a votar através de referendo. Para saber a primeira vez em que a população foi consultada a fim de decidir a legalidade da eutanásia ou do suicídio assistido é necessário sair de território europeu e recuar até 1994, ao estado de Oregon, nos Estados Unidos da América. O feito só voltou a acontecer 26 anos depois, quando a Nova Zelândia, em 2020, aprovou, em referendo, a eutanásia com 65% de votos a favor. Se o projeto de resolução do PSD a pedir um referendo sobre a despenalização da eutanásia, anunciado esta segunda-feira, for aprovado, Portugal poderá tornar-se o terceiro local do mundo a aprovar a morte medicamente assistida através de referendo.
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