Política

Entre polémicas, PS espera por novo adjunto com "ficha limpa"

18 novembro 2022 21:23

Rita Dinis

Rita Dinis

Jornalista

antónio cotrim

Socialistas associam PSD à política de casos e aguardam substituição de Miguel Alves no coração do Governo

18 novembro 2022 21:23

Rita Dinis

Rita Dinis

Jornalista

Ainda a demissão do secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro fervia na praça pública e já António Costa estava obrigado a armar-se com toda a munição possível para se defender de outra polémica: a acusação do ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa de que o primeiro-ministro tinha feito pressão, em 2016, para não “tratar mal a filha do Presidente de um país amigo” no processo de saída de Isabel dos Santos do Banco BIC. A reação do Governo a um caso e a outro, diferentes em várias dimensões, foi oposta — no primeiro caso, Costa preferiu gerir o silêncio, enquanto no segundo partiu para o ataque —, mas o problema de base mantinha-se: como inverter a tendência de andar a saltar de caso em caso e de polémica em polémica?

“A política de casos vai ser a marca da maioria absoluta”, nota um dirigente socialista. “Os partidos têm noção de que não é no Parlamento que conseguem causar mossa ao Governo, porque ali somos nós que temos a faca e o queijo na mão”, acrescenta. E, embora os ditos ‘casos’ sejam diferentes e tenham diferentes origens, todos notam como o PSD tem optado por cavalgar a onda. “É o estilo de Luís Montenegro”, acusa outro socialista. Mas depois do primeiro embate no caso Costa contra Costa, que deixou os socialistas nervosos, as tropas reorganizaram-se. O primeiro-ministro está “muito, muito seguro do que fez e do que não fez” e é isso que tem transpirado do núcleo duro costista, que está em brasa com a “vingança” do ex-governador e com o “ataque político” da direita. Sendo diferente do caso que levou à demissão de Miguel Alves, o alvo é o mesmo — o centro nevrálgico do Governo — e aí uma vaga continua em aberto.