Tudo começou com o partido de André Ventura, que apresentou na Assembleia da República, no início de outubro, um projeto de revisão constitucional com o intuito de chamar os partidos da direita a terreno para entendimentos comuns. Esta quinta-feira, em cima do fim do prazo de 30 dias para responder à chamada, o PSD de Luís Montenegro anunciou que iria a jogo - ainda sem especificar em que termos e com que objetivos - mas tudo indica que aquilo que Ventura queria que fosse o início de um acordo de direita pode vir a ser antes um acordo cirúrgico de bloco central, com o PS a não esconder o interesse de fazer mexidas pontuais na lei fundamental para resolver problemas antigos.
Isso mesmo sugeriu o antigo líder parlamentar de Rui Rio, e atual vice-presidente da Assembleia da República escolhido pelo PSD, Adão Silva, em declarações à TSF: "Está com certeza a acontecer [contactos entre PS e PSD], porque de outra maneira seria um exercício de faz de conta", disse, lembrando que qualquer alteração legislativa à Constituição precisa de uma maioria de dois terços dos deputados, logo, precisa do apoio do Partido Socialista. PS e PSD são, aliás, ao mesmo tempo necessários e suficientes para uma revisão constitucional.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rdinis@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes