27 outubro 2022 23:30

Alves, entre Costa e Medina, ocupa o cargo de secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro há um mês
nuno botelho
Atual secretário de Estado-adjunto de António Costa assinou, quando era autarca em Caminha, um contrato controlado por uma SGPS unipessoal
27 outubro 2022 23:30
Na política, dificilmente há presente ou futuro sem passado. O novo secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, está apenas há um mês no cargo e já está envolto numa polémica que não tem a ver com as atuais funções, mas com o que deixou para trás em Caminha, onde foi presidente da Câmara nos últimos nove anos.
Em outubro de 2020, Miguel Alves assinou um contrato de arrendamento para um futuro Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) no concelho. Um pavilhão municipal multiusos com capacidade para milhares de espectadores. O acordo foi assinado entre a autarquia e um grupo de investidores privados que se comprometeram a construir a infraestrutura. Ficavam responsáveis pelo investimento anunciado de €8 milhões, mas ganhavam logo ali o direito a €300 mil de rendas antecipadas. Uma investigação do jornal “Público” revelou esta quarta-feira que o pagamento foi feito pela autarquia em março de 2021 a uma empresa desconhecida ligada a um empresário com um alegado currículo falso, Ricardo Moutinho, mas o pavilhão ainda não começou a ser construído. De acordo com documentos recolhidos pelo Expresso, a companhia em causa, a Green Endogenous, S.A. faz parte de um grupo de investimento criado na hora.