21 outubro 2022 13:14

Passos Coelho com Hugo Soares, secretário-geral do PSD, à chegada à Festa do Pontal
psd
Passos Coelho espera que Marcelo não volte a falar sobre o seu futuro político. “É deslocado comentar essa questão agora”, diz Miguel Relvas ao Expresso
21 outubro 2022 13:14
Há várias razões que podem explicar o que levou Marcelo Rebelo de Sousa a aproveitar a presença de Pedro Passos Coelho numa homenagem a Agustina Bessa-Luís para dizer não ter dúvidas de que “o país pode e deve esperar muito do seu contributo no futuro”, mas uma delas é óbvia. Marcelo conseguiu desviar as atenções da fogueira em que ele próprio se chamuscava há dias, por causa do que foi dizendo sobre abusos na Igreja e que o deixou sob suspeita de os querer desvalorizar. E provou que, enquanto criador de factos políticos, está intacto. As televisões responderam à chamada — dos noticiários a programas de debate, o foco guinou rapidamente da relação Marcelo/Igreja para a corrida à sua sucessão em Belém. Passos, sabe o Expresso, registou um abuso.
“É deslocado comentar essa questão agora”, afirmou ao Expresso Miguel Relvas, um empenhado passista, que aconselha o Presidente da República a “preocupar-se com o seu mandato e a exercer a sua função de fiscalização do Governo”. Relvas avisa, aliás, que “Passos Coelho não tem nenhum dever nem nenhuma obrigação moral de avançar nas presidenciais” e que, se alguma vez o entender fazer, “isso só pode vir da sua vontade pessoal e nunca de grupos ou, muito menos, de seus antecessores”.