1 outubro 2022 9:08
tiago miranda
O Centro de Ciberdefesa do EMGFA devia ter 90 efetivos, mas tem apenas cerca de 40. Rede sofreu mais um ataque porque não foi tido em conta um “mecanismo” adormecido que ficou no sistema
1 outubro 2022 9:08
Uma das vulnerabilidades da ciberdefesa militar em Portugal é a falta de recursos humanos, uma lacuna transversal e crítica nas Forças Armadas, mas que afeta de forma aguda uma área tecnológica e que está em “guerra” permanente, uma vez que os ataques são frequentes e ainda esta semana a Defesa Nacional sofreu mais uma intrusão no sistema. O Centro de Ciberdefesa do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), sob o comando do almirante Silva Ribeiro — que foi atacado esta semana —, devia ter 90 efetivos desde 2021, mas trabalha apenas com cerca de 40, entre oficiais, sargentos e praças, apurou o Expresso junto de fontes militares.
O problema não é novo, está identificado, e chegou a ser difícil manter os turnos de 24 horas durante sete dias por semana com as carências do pessoal. Embora a vigilância ‘ciber’ continue a ser feita 24 horas por dia, uma fonte desta área diz ao Expresso que é difícil fazê-lo mantendo os níveis de qualidade exigidos. Para se chegar ao número de efetivos necessário, tinha ficado estipulado que cada ramo das Forças Armadas — Exército, Marinha e Força Aérea — devia fornecer ao EMGFA 30 militares prontos a exercer estas funções, totalizando os 90 efetivos previstos, mas esse número nunca foi atingido e ficou-se pela metade. Aliás, o objetivo é ambicioso e a meta que ainda está para aprovação, apurou o Expresso, é reforçar os recursos para o EMGFA chegar aos 250 efetivos no centro de ciberdefesa até em 2026.