2 outubro 2022 17:29

PSD precisa de “encontrar de novo contacto com a sociedade civil”, reconhece Rangel
rui duarte silva
Entrevista com Paulo Rangel, eurodeputado e primeiro vice-presidente do PSD
2 outubro 2022 17:29
O primeiro-ministro deveria participar esta sexta-feira em Alicante em mais uma Cimeira dos Países do Sul da União Europeia, que reúne nove países do Mediterrâneo e do Sul da Europa, onde o tema da energia vai estar nas prioridades das conversas com Espanha, França e Itália, entre outros países. A cimeira foi, no entanto, adiada em cima da hora porque o primeiro-ministro espanhol ficou com Covid-19. Em entrevista ao Expresso, Paulo Rangel acusa Costa de “falar muito” mas “não fazer nada” nas interconexões energéticas e noutras matérias. Na conversa, gravada antes de mais um sinal de aproximação ao Chega, Paulo Rangel diz que as “equações” de alianças à direita não são para agora.
Em julho, afirmou ao Expresso que seria “o rosto da oposição na ‘tournée’ europeia sistemática de António Costa”. Como tem corrido essa oposição?
O primeiro-ministro diz que é uma pessoa extremamente influente na Europa, que é um grande amigo de Emmanuel Macron, mas depois não consegue convencer o Presidente francês a fazer as interconexões energéticas. Foi num Governo do PSD, entre 2011 e 2015, que o ministro do Ambiente da altura, Jorge Moreira da Silva, fez o acordo para as interconexões. E, portanto, já estamos há sete anos sem que Costa consiga fazer isto. O PS e o primeiro-ministro gabam-se de estar muito próximos de Macron e de ter uma grande influência na Europa, mas, nesta questão fundamental, Macron pura e simplesmente tirou o tapete a António Costa. Gostava que o primeiro-ministro perguntasse à Comissão Europeia o que acha sobre isto, que foi o que eu fiz à senhora Ursula von der Leyen. A Comissão tem de tomar uma posição e encostar a França à parede. Macron tem razão: isto não vai resolver nenhum problema no próximo inverno, nem provavelmente nos próximos dois ou três. Agora, estamos a pensar a médio prazo na criação de uma verdadeira união energética. Nesta matéria e, por exemplo, na suspensão de fundos à Hungria, o que vejo é o Governo português a falar muito e a não fazer nada.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.