Política

PS chumba audição de Pizarro. Já são oito os ministros impedidos de ir ao Parlamento

As audições a Temido foram chumbadas porque estava de saída, agora Pizarro não vai ao Parlamento porque chegou há pouco tempo
As audições a Temido foram chumbadas porque estava de saída, agora Pizarro não vai ao Parlamento porque chegou há pouco tempo

Bloco queria ouvir o novo ministro da Saúde sobre o encerramento de maternidades, mas na comissão o PS alega que Pizarro ainda não teve tempo para se inteirar do assunto

PS chumba audição de Pizarro. Já são oito os ministros impedidos de ir ao Parlamento

Eunice Lourenço

Editora de Política

PS chumba audição de Pizarro. Já são oito os ministros impedidos de ir ao Parlamento

Liliana Coelho

Jornalista

Os últimos pedidos de audição a Marta Temido foram chumbados pelo PS porque a ministra estava de saída. Esta quarta-feira, o pedido do Bloco de Esquerda para ouvir Manuel Pizarro, o novo ministro, na comissão parlamentar de Saúde, foi igualmente rejeitado pelo PS porque o novo titular ainda não terá tido tempo para se inteirar do assunto.

Em causa para o pedido de audição estava o eventual encerramento de maternidades, motivo que já tinha levado a pedidos de audição de Marta Temido. O último pedido tinha sido feito pela Iniciativa Liberal e rejeitado pelo PS com o argumento de que a ministra já tinha pedido a demissão. Na altura, os socialistas diziam que quando houvesse novo ministro haveria ocasião para audições.

Contudo, agora acham que ainda será cedo para o novo ministro e esta quarta-feira inviabilizaram o pedido do Bloco, o que há levou a líder bloquista, Catarina Martins, a reagir, acusando o PS de estar a impor o poder da maioria absoluta. A prática era viabilizar a audição de ministros, mas mudou. O PS aceitou o pedido de António Costa e deixou de ter vergonha de ser maioria absoluta. Hoje foi na Saúde”, escreveu Catarina Martins na rede social Twitter.

No requerimento apresentado há uma semana pelo BE, o partido defendia que era urgente” que o Parlamento ouvisse o ministro da Saúde para perceber se o Governo “concorda com as propostas de concentração e encerramento de serviços” de obstetrícia e ginecologia e explicar se vai avançar com estas medidas e quais os serviços e populações que serão afetados.

Sublinhando que a comissão de acompanhamento propôs “a concentração de respostas na área da obstetrícia e ginecologia, o que representará o encerramento de alguns serviços em vários hospitais do país”, o BE apontou para a falta de profissionais e de medidas para a captação e fixação de médicos especialistas.

“Foi num Governo do Partido Socialista, não há muitos anos, que se procedeu ao encerramento de várias maternidades e urgências, depois de também se ter encomendado um estudo a uma comissão técnica. É preocupante que a cada novo problema, a resposta dos Governos seja o encerramento de serviços e não o reforço do SNS, seja através do investimento em equipamentos, seja através da contratação e melhoria de condições de trabalho dos profissionais de saúde”, podia ainda ler-se no requerimento.

Pizarro torna-se, assim, o oitavo ministro a ver o PS impedir que seja confrontado pelos deputados. Como o Expresso aqui conta, tem sido uma prática recorrente, o que leva a oposição a acusar os socialistas de terem adotado uma atitude arrogante e de “ditadura absoluta” na condução dos trabalhos em comissão, onde o Parlamento deve acompanhar e fiscalizar a atuação do Governo.

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