Política

Marcelo sobre novo aeroporto: "Espero que não demore eternidades por falta de sustentabilidade na visão dos responsáveis"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fala aos jornalistas na embaixada de Portugal em Londres
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fala aos jornalistas na embaixada de Portugal em Londres
NUNO VEIGA/LUSA

Presidente põe pressão sobre o Governo para que não continue a adiar “investimento estrutural”. E insiste que é preciso “proporcionar o máximo de informação" às pessoas para além das “metas económico-financeiras”

Foi um discurso 'dois em um'. Ao encerrar o Congresso da Ordem dos Contabilistas, em Lisboa, o Presidente da República deixou dois avisos ao Governo de António Costa. Primeiro: não deve adiar a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa “por falta de sustentabilidade na visão dos responsáveis”. Segundo: “se anteciparam medidas (de apoio às famílias para compensar a inflação) deve-se antecipar também todos os esclarecimentos sobre o que vai ser o seu futuro”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou de improviso mas soltou o registo. Insistindo na pressão para que o Governo informe e fale claro aos portugueses sobre o que está para vir e que ele próprio já diagnosticou ser “mau”, disse que “gerir hoje não é gerir metas de curto prazo nem exclusivamente económico-financeiras”.

“Gerir hoje é gerir também metas sociais, para as pessoas e com as pessoas”, afirmou o Presidente, defendendo que o Executivo de António Costa “inclua” os cidadãos na decisão, começando por lhes dar informação que os sensibilize para a realidade de médio prazo num contexto de guerra e crise económica na Europa e no mundo.

Sobre o novo aeroporto de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se com a base de um acordo PS/PSD que por estes dias ficou firmado quanto à metodologia a seguir - “folgo por ser possível, aparentemente e finalmente, podermos saber quanto é que avança um investimento estrutural prometido há não sei quantos anos”. Mas empurrou o Executivo para que não arraste a decisão final.

“O que agora se espera é que não demore décadas ou eternidades, por falta de sustentabilidade na visão dos responsáveis políticos”, afirmou o Presidente, em aparente rota de colisão com o que já foi anunciado pelo primeiro-ministro quando remeteu certezas só para daqui a ano e meio.

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