8 setembro 2022 23:53

António Costa no Palácio da Ajuda onde anunciou as medidas de resposta à inflação e abriu uma polémica sobre pensões
Ministra assume ao Expresso que cumprimento da lei podia pôr em causa o sistema. PR já avisou que quer discussão aberta no Parlamento
8 setembro 2022 23:53
Quando em junho garantiu que cumpriria escrupulosamente as regras de atualização anual de pensões em 2023, António Costa fez uma promessa além das suas possibilidades. Com a inflação a bater sucessivos recordes, aplicar exatamente as regras significaria dar aos pensionistas um grande aumento no próximo ano, sem precedentes na história, e criar um enorme encargo permanente para as contas da Segurança Social. Três meses depois, a solução fica a meio caminho: dará todo o dinheiro aos pensionistas a que eles têm direito, mas distribui-o de forma diferente. Com isto, salvaguarda os rendimentos dos pensionistas no curto prazo, preserva as contas públicas no futuro, mas não respeita a lei que garantiu que iria aplicar.
Para já, o Governo recusa-se a falar do médio prazo e centra-se no plano anunciado. Preocupação número um: “Não há cortes de pensões, nem agora, nem no futuro”, sublinha ao Expresso a ministra Ana Mendes Godinho. “É bom que se consiga explicar que estamos a apoiar a recuperação do rendimento dos pensionistas”, com o “suplemento extraordinário” e, ao mesmo tempo a “garantir a sustentabilidade da Segurança Social, evitando que, num ano atípico possa pôr em causa todo o sistema”, insiste a ministra do Trabalho.