Polémica com a Endesa: Costa divulga poupança média de 15,21% na eletricidade de hoje
“Factos são factos. Todos os dias poupamos graças ao mecanismo ibérico”, escreveu António Costa na rede social Twitter
“Factos são factos. Todos os dias poupamos graças ao mecanismo ibérico”, escreveu António Costa na rede social Twitter
O primeiro-ministro, António Costa, divulgou o preço médio no mercado ibérico de eletricidade (Mibel) desta terça-feira, apontando para uma poupança média de 15,21%, argumentando que “factos são factos”. “Factos são factos. Todos os dias poupamos graças ao mecanismo ibérico”, escreveu António Costa na rede social Twitter.
A publicação mostra um gráfico comparativo do preço da eletricidade com o mecanismo e sem o mecanismo, desde junho, e aponta para uma poupança média de 15,21% no dia de hoje.
O primeiro-ministro determinou que os serviços do Estado não podem pagar faturas da ENDESA sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, depois de o presidente da empresa ter admitido aumentos de 40% na eletricidade.
Segundo um despacho assinado na segunda-feira e hoje enviado às redações, António Costa determina ainda que, para evitar a descontinuidade do serviço, os serviços públicos e a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP) devem proceder a consultas de mercado, para a eventual necessidade de contratação de novos prestadores “que mantenham práticas comerciais adequadas”.
No despacho, o primeiro-ministro sublinha o dever de o Estado proteger o interesse dos contribuintes na gestão dos dinheiros públicos perante as “ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela ENDESA”.
O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, disse no domingo, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que a eletricidade iria sofrer um aumento de cerca de 40% já nas faturas de julho, e que esse aumento era justificado pelo mecanismo ibérico para controlar o preço do gás na produção elétrica.
O Ministério do Ambiente e da Ação Climática divulgou depois um comunicado, no qual rejeitava declarações de Nuno Ribeiro da Silva, classificando-as como “alarmistas”.
À Lusa, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, afirmou ser impossível verificar-se uma subida de 40% na fatura da energia através do mecanismo ibérico, remetendo para as ofertas comerciais das próprias empresas.
Ainda no domingo, depois das declarações polémicas do presidente da ENDESA, a ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos veio dizer que iria estar “particularmente atenta” ao comportamento dos comercializadores relativamente à repercussão do impacto sobre os consumidores do mecanismo ibérico que limita o preço do gás para efeitos de produção de eletricidade.
Depois da polémica, a ENDESA acabou por emitir a segunda-feira um comunicado comprometendo-se a manter os preços contratuais até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico.
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