Política

Marcelo promulga lei sobre equipas médicas nas urgências, Governo garantiu que há dinheiro nos hospitais

Marcelo promulga lei sobre equipas médicas nas urgências, Governo garantiu que há dinheiro nos hospitais
PEDRO NUNES / Lusa

"Governo confirmou que os hospitais em causa dispõem, no seu quadro de autonomia, da margem financeira e orçamental necessárias para implementar estas medidas", informa a nota do Presidente

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou no domingo o diploma do Governo que prevê um novo regime temporário de remuneração do trabalho suplementar dos médicos em serviços de urgência, salientando a urgência da medida.

“Considerando a urgência destas medidas e que o Governo confirmou que os hospitais em causa dispõem, no seu quadro de autonomia, da margem financeira e orçamental necessárias para implementar estas medidas entre 1/8/22 e 31/1/23, dentro do ‘plafond’ previsto no diploma, o Presidente da República promulgou o diploma que estabelece o regime transitório de remuneração do trabalho suplementar realizado por médicos em serviços de urgência”, refere uma nota publicada no `site´ da Presidência.

Este diploma foi aprovado em Conselho de Ministros em 19 de julho e, segundo a ministra da Saúde, pretende criar as condições para a estabilização das equipas médicas das urgências dos hospitais, estabelecendo um novo regime remuneratório para o trabalho suplementar dos clínicos.

De acordo com Marta Temido, as medidas aprovadas são transitórias e deverão vigorar durante seis meses, o prazo máximo que o Governo estima para a conclusão das negociações com os sindicatos representativos dos médicos.

Na prática, o diploma prevê a atribuição às administrações dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da autonomia para celebrarem contratos de trabalho sem termo com especialistas que sejam prestadores de serviços e que sejam necessários para o funcionamento dessas unidades de saúde.

Além disso, concede aos conselhos de administração a autonomia para remunerar de forma específica o trabalho suplementar prestado pelos médicos do quadro dos hospitais para garantir o normal funcionamento dos serviços de urgência.

Os valores são os seguintes: 50 euros por hora a partir da hora 51 e até à hora 100 de trabalho suplementar, 60 euros a partir da hora 101 e até à hora 150 e 70 euros a partir da hora 151 de trabalho suplementar.

Essas medidas mereceram críticas das estruturas sindicais representativas dos clínicos, caso da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que se mostrou cética quanto à sua eficácia, alertando que não vão à "raiz do problema" do SNS que é a falta de profissionais de saúde.

Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considerou que, com este diploma sobre o pagamento das horas extraordinárias, o Governo reconheceu validade aos argumentos sindicais e disse que pretendia esperar pelo texto, alegando que “o diabo está nos detalhes”.

Nas últimas semanas, serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos em vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.

Na sexta-feira, Marta Temido admitiu que já eram esperadas limitações nas urgências de ginecologia e obstetrícia de vários hospitais durante este verão e mostrou-se empenhada em minimizar os problemas.

“Sabíamos que íamos ter contingências durante o verão e sempre dissemos que o funcionamento em contingência durante o verão iria acontecer”, afirmou Marta Temido, no final de uma visita às obras do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora.

Segundo a governante, no total, o SNS tem “cerca de 800 obstetras” e em cada um dos “38 pontos de urgências” desta especialidade “tem que estar uma equipa” de profissionais.

“Portanto, o funcionamento em rede, que sempre existiu, vai continuar a existir neste verão”, sublinhou, em resposta aos jornalistas que a questionaram sobre os condicionamentos, este fim de semana, em vários hospitais.

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