Política

Governo estuda "aumento extra ou antecipado das pensões de reforma" em setembro, anuncia Marques Mendes

Governo estuda "aumento extra ou antecipado das pensões de reforma" em setembro, anuncia Marques Mendes

Comentador da SIC diz que Executivo não quer deixar só para 2023 a atualização de pensões, para mitigar já os efeitos da inflação para os mais velhos. E anuncia que há também um apoio extraordinário acordado com as Misericórdias e IPSS

Governo estuda "aumento extra ou antecipado das pensões de reforma" em setembro, anuncia Marques Mendes

David Dinis

Diretor-adjunto

Luís Marques Mendes acredita que o Governo está “assustado” - com a inflação, o seu “mau começou” e “o bom arranque” do novo PSD - e que é por isso que se prepara para, em setembro, apresentar duas medidas mais fortes do que previsto para responder à crise.

“Primeiro”, disse o comentador da SIC, um apoio “bem robusto às famílias mais pobres e às empresas mais frágeis” para “estancar a contestação que vai germinando”. E, mais importante ainda, “um aumento extraordinário ou antecipado das pensões de reforma, não deixando tudo para 2023”. Marques Mendes não deu a medida como fechada (“acho que vai acontecer”), mas deixou o seu argumento: “Os pensionistas são uma fatia poderosa do eleitorado.”

Para o conselheiro de Estado, ex-líder do PSD, “uma coisa é certa: a temperatura política vai subir. O Governo estava parado. E vai passar a ter mais iniciativa”, afirmou, para dar como exemplo os três Conselhos de Ministros numa única semana.

Sem nada revelar do encontro a dois em São Bento, entre Costa e Montenegro, Mendes também opinou que “o PSD está diferente” porque “quer mesmo ser oposição”. E exemplificou com a saída sem declarações do líder do PSD, em “contraste” com o que tinha feito Rui Rio no primeiro encontro com António Costa - ”anunciou dois acordos com o Governo”. Montenegro “quer cultivar uma imagem de oposição, sublinhando diferenças e não convergências”, avançou Marques Mendes.

Mesmo assim, na sua opinião, o debate do Estado da Nação não correu propriamente de feição ao novo PSD: falando num debate “pobre”, apontou “uma boa surpresa: a intervenção do Ministro do Ambiente”. E reconheceu que “o debate dentro da AR (para o país político), correu bem ao Governo. (…) Por força das regras do debate e pela habilidade do primeiro-ministro. Goste-se ou não de António Costa, ele é o seguro de vida do Governo. Quando ele sair, o PS vai-se ver aflito para ganhar eleições”, avisou Mendes, ainda que sobrepondo que “fora da AR (para o país real), o debate não disse nada a ninguém” por não ter dado resposta aos problemas.

A arrancar, ainda assim, Luís Marques Mendes tinha adiantado três “boas notícias”: um acordo do Governo com Misericórdias e IPSS sobre os apoios para fazer face à inflação; a atualização dos apoios a estas instituições (para lá do extra); e a gratuitidade das creches - com a crítica por não se aplicar aos privados.

No Parlamento, no debate do Estado da Nação, António Costa tinha apenas anunciado o último destes acordos - sobre a gratuitidade das creches. Quanto aos outros, aqui ficam os valores anunciados pelo comentador da SIC:

Apoios especiais às Misericórdias e IPSS (por causa da inflação):

  • Um apoio de €18 por utente/mês para Lares de Idosos e Deficientes.
  • Um apoio de €6,60 por utente/mês para Centros de Dia e Apoio Domiciliário.
  • É uma medida a aplicar excepcionalmente este ano (de Julho a Dezembro de 2022).
  • Custo para o Estado: 18 Milhões de euros.

Aumento da comparticipação às Misericórdias e IPSS:

  • Lares de Idosos: valor por utente/mês passa de €433 para €470 (+8,5%).
  • Centros de Dia: valor por utente/mês passa de €125 para €140 (+12%).
  • Novos valores são retroativos a 1 de Janeiro de 2022.

Gratuitidade das creches.

  • A Segurança Social passa a pagar às instituições €460/criança/mês. Até agora, o apoio era de €293. Ou seja: as famílias deixam de ter qualquer custo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ddinis@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate