Política

SIRESP: dez anos para ter imagens e vídeos

16 julho 2022 14:21

Vítor Matos

Vítor Matos

Jornalista

nuno botelho

A evolução da rede de emergência da voz para o 5G levará uma década, explica o presidente da SIRESP SA

16 julho 2022 14:21

Vítor Matos

Vítor Matos

Jornalista

Nas três televisões, imagens do terror nos fogos. Num canal, vê-se uma casa a arder em Pombal. É quarta-feira, fim da tarde. Na sala de operações da SIRESP SA — a empresa que gere o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança — no nono andar do Centro Comercial Atrium Saldanha, dois técnicos monitorizam o sistema de comunicações dos bombeiros, polícias e INEM. O painel digital com um mapa assinala 69 incêndios ativos, 12 deles graves. Um retransmissor móvel do SIRESP já está na região de Leiria, e como arderam cabos de eletricidade, foi acionado um gerador. O objetivo é que não se repitam as falhas de Pedrógão. O brigadeiro-general Viegas Nunes, presidente da SIRESP SA desde abril, aponta para outro mapa de Portugal, com as 546 estações (antenas) da rede espalhadas pelo país. “Veja a extensão e a complexidade do sistema”, comenta com o Expresso.

O SIRESP tem a decorrer o concurso, até dezembro, para a modernização da rede, que permitirá, a prazo, a utilização de tecnologia 5G para as autoridades poderem usar imagem e vídeo nas comunicações de emergência. A velocidade da mudança tem sido polémica e a anterior presidente do conselho de administração, Sandra Perdigão Neves, defendeu que se avançasse já nesse sentido. O general não comenta a antecessora, mas explica que a rede ficará preparada para as comunicações de banda larga, embora a evolução não possa ser feita de uma só vez: “Todos os estudos apontam unanimemente para que o processo decorra durante uma década, por razões de estabilidade, por razões de transferência tecnológica e até por razões estruturais de segurança do sistema”, diz ao Expresso.