Exclusivo

Política

Espanhóis acusados de conluio no Cartel do Fogo partilham negócio de combate a fogos em Portugal

Espanhóis acusados de conluio no Cartel do Fogo partilham negócio de combate a fogos em Portugal

Empresa que ganhou contrato para quatro aviões de ataque a fogos foi alugar dois aos donos da que ficou em segundo lugar. Em Espanha vão ser julgados por manipulação do mercado

Espanhóis acusados de conluio no Cartel do Fogo partilham negócio de combate a fogos em Portugal

Vítor Matos

Jornalista

Os implicados no Cartel del Fuego espanhol — que conheceu a acusação do Tribunal da Audiencia Nacional de Madrid há um mês, com 32 suspeitos levados a julgamento — mantiveram o mesmo tipo de relações em Portugal. Duas empresas portuguesas detidas por espanhóis (a Agro-Montiar e a CCB Serviços Aéreo), envolvidos na alegada rede espanhola, participaram, em 2020, num concurso lançado pela Força Aérea Portuguesa no valor de €43,4 milhões para o aluguer de quatro aviões anfíbios de combate aos fogos. No entanto, a empresa vencedora, a Agro-Montiar, foi alugar aeronaves aos donos de uma concorrente: dois dos aviões com que presta o serviço são alugados à Martínez Ridao, uma companhia de aviação espanhola, dona da empresa que ficou em segundo lugar — a CCB Serviços Aéreos.

Em Espanha, as empresas de combate aéreo a incêndios que começaram por ser apelidadas como o Grupo dos 6, são acusadas de manipularem mercado e preços, e de corromperem políticos com ofertas de carros, estadas em hotéis, relógios, joias ou armas. O comunicado oficial da Audiencia Nacional (que corresponde ao Tribunal de Instrução Criminal português), dizia, a 16 de junho, que “os arranjos não só se desenvolveram em Espanha, mas também noutros países”, como Itália e Portugal. O juiz de instrução espanhol alega nos autos que o Cartel del Fuego muitas vezes utilizava uma frota de aeronaves parcialmente comum.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate