Política

Pedro Nuno Santos: "Ainda me vão ver aqui durante algum tempo"

Pedro Nuno Santos na Assembleia da República
Pedro Nuno Santos na Assembleia da República
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

O ministro das Infraestruturas diz que está disponível para rever a sua decisão inicial para alcançar o "maior consenso possível" com o PSD. Quanto ao problema com o primeiro-ministro diz que o assunto está "absolutamente arrumado internamente"

Em atualização

Pedro Nuno Santos: "Ainda me vão ver aqui durante algum tempo"

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Pedro Nuno Santos: "Ainda me vão ver aqui durante algum tempo"

Anabela Campos

Jornalista

Depois da polémica, a água na fervura e uma certeza: "Admito que alguns partidos não gostassem de me ver aqui, mas ainda me vão ver aqui durante algum tempo", disse o ministro das Infraestrutuas e Habitação, Pedro Nuno Santos, no Parlamento.

O ministro está a ser ouvido no Parlamento a pedido do PSD e diz que está disponível para mudar a sua decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa e negociar com os sociais-democratas. O governante, que esteve a semana passada debaixo de fogo por causa da decisão, por despacho, que afunilava as opções para a localização de um novo aeroporto, deu o assunto que lhe causou problemas na relação com o primeiro-ministro como “absolutamente arrumado internamente”. Antes, tinha dito que a situação política "está resolvida"

Durante a audição no Parlamento, e em resposta ao deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira, o ministro afirmou: “O PSD tem o caminho aberto para com o governo participar numa decisão importante”. Mais tarde reforçaria que “não há nenhuma posição fechada” e que por isso tem “abertura total para falarmos com os senhores deputados” do PSD.

Na resposta, insistiu na ideia que esse diálogo e a procura de uma “solução conjunta” é uma “opção do Governo”. Uma ideia de coletivo que quis passar, uma vez que uma parte do que levou à polémica da semana passada foi a decisão do ministro de avançar sozinho, tendo em conta que, disse, o PSD se tinha posto de fora.

A própria solução em si, que defendeu como a solução “ótima”, está em aberto e diz que está disponível para mudá-la em prol do consenso. “Estamos todos disponíveis, não sou só eu, para que a solução não seja exatamente aquela que nós desejamos. Temos é de conseguir decidi-la e que tenha o maior consenso possível”, disse. Mais, até a atribuição ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) pode ser revista. Defendeu essa opção, porque fazer um novo concurso teria "custo jurídico e atraso maior do processo", mas admitiu revê-la.

O deputado do PSD tinha levantado várias questões ao ministro, nomeadamente se o ministro se mantinha se a decisão final não fosse aquela que defendeu. A linha de defesa do PS está traçada neste caso e também saiu pelas declarações do deputado socialista, Carlos Pereira: “Não é que o PSD decida, é que o PSD contribua”.

TAP tem problemas, mas não é exceção

Afirmando que há problemas estruturais e conjunturais no Aeroporto Humberto Delgado, Pedro Nuno Santos defende que a situação da TAP não é exceção e até compara bem com as suas congéneres. E dá como exemplo os cancelamentos em junho: a TAP cancelou 2,8% dos voos, a KLM cancelou 7,8% e a Lufthansa 4,8%. E acrescentou. "Portugal é quem mais está a recuperar em número de voos face a 2019".

O Aeroporto Humberto Delgado está de novo acima da capacidade declarada pela Eurocontrol, que é de 28 milhões de passageiros. Em 2019, foram transportados 31,2 milhões de passageiros, e em junho já houve dias em que se chegou aos valores da pré-pandemia.

Texto em atualização

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lvalente@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate