"Cada vez que virem na televisão as imagens de um incêndio, lembrem-se que podem contribuir de modo sustentável e duradouro para que estas imagens não se repitam" e essa contribuição é tratar de atualizar o cadastro rural - apelou o primeiro-ministro esta quarta-feira. Em Vila de Reio, onde foi feito o balanço do Sistema de Informação Cadastral Simplificado e do Balcão Único do Prédio (BUPi), António Costa disse que é preciso atacar a “causa estrutural” dos incêndios e essa causa é uma “floresta desordenada” e sem proprietário identificado.
"Para além de todo o cuidado para não provocarmos incêndios de forma involuntária, temos de ter este cuidado de registar estas terras que herdamos dos pais e dos avós", afirmou o primeiro-ministro, que considera fundamental completar o processo de atualização cadastral para que cada proprietário ter "uma fonte de rendimento e não uma fonte de problemas".
Lembrando que ninguém paga impostos por fazer o cadastro, o primeiro-ministro reconhece que os dois últimos anos foram dois anos perdidos para esse processo que foi iniciado em 2017, com projetos piloto nos dez municípios do Centro do país mais atacados por incêndios.
"Temos de atacar a causa estrutural. A raiz do problema está na necessidade de cada uma da pessoas saber do que é proprietário", reforçou o primeiro-ministro.
Depois de, nos últimos dias, ter apelado aos cidadãos para terem todo o cuidado de forma a não provocarem incêndios, esta quarta-feira António Costa deixou um segundo apelo para a mobilização de todos os proprietários para a atualização do cadastro rural.
O primeiro-ministro salientou ainda que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) tem 50 milhões para este processo, mas que há mais verbas tanto no PRR como no fundo ambiental para reconversão da floresta, de forma a que seja possível a floresta "dar riqueza a quem é proprietário".
Para a atualização do cadastro basta um telemóvel, lembrou o primeiro-ministro. Mas, continuou, quem não tem telemóvel encontrará funcionários nos balcões do BUPi que ajudam neste processo.
"Precisamos do cadastro feito para valorizar o território, para que o conjunto do país passe a ter uma floresta que gere riqueza" em vez de uma "mancha florestal abandonada" que gera problemas sempre que as temperaturas sobem, disse António Costa, que a concluir voltou a apelar: "Cada vez que virem imagem de um incêndio, lembrem-se que é altura de atualizar o cadastro.”
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