Política

O adeus de Rui Rio: "O meu futuro político não é nenhum. Acabou aqui. Ponto final parágrafo"

Líder do PSD, Rui Rio, durante a apresentação do programa eleitoral para as eleições legislativas 2022. Nuno Fox
Líder do PSD, Rui Rio, durante a apresentação do programa eleitoral para as eleições legislativas 2022. Nuno Fox

Rui Rio já votou nas diretas onde vai, oficialmente, deixar a liderança do PSD. Não deu qualquer sinal de preferência pelos candidatos à sua sucessão, recusou fazer o balanço da sua liderança e assumiu que ser líder da oposição "é dos cargos mais difíceis que existem na política"

O adeus à política é o que lhe "está na cabeça neste momento" e nem quer ouvir falar nisso. "O meu futuro político não é nenhum. Acabou aqui. Ponto final paragrafo", disse Rui Rio aos jornalistas.

Sorridente e sem qualquer intenção de tomar partido entre Luis Montenegro e Jorge Moreira da Silva - os candidatos a sucedê-lo na liderança social democrata - Rui Rio sai pelo seu próprio pé. De "consciência tranquila". Nem sequer aparenta estar muito interessado em acompanhar os resultados destas diretas do PSD. "Não há muito para acompanhar. Vais ser, relativamente, rápido", disse aos jornalistas.

Não é "hora para fazer qualquer balanço", nem tão pouco é o momento adequado para demonstrar preferências. Rui Rio votou, mas à saída fez questão de manter todas as distâncias e redobrar cautelas nas análises. "Se não o fiz até ao momento, muito menos vou interferir agora", disse, escolhendo a dedo as palavras para "arranjar uma resposta" equidistante em relação aos candidatos à sucessão.

O tempo é de fazer votos de sucesso e desejar que "o PSD consiga continuar a ser um partido muito grande". Mas, também de lembrar que os últimos tempos foram "muito desgastantes" para os militantes sociais democratas que, "desde setembro, tiveram umas eleições autárquicas, umas eleições legislativas e duas diretas". "Quando se exige tanto dos militantes, não se consegue a mesma capacidade de resposta", sublinhou o ainda líder do PSD.

Sem esses "atos eleitorais em massa", os tempos que se avizinham abrem a "possibilidade de ponderar e de trabalhar melhor", antecipa Rui Rio. Uma coisa é certa, o papel de líder da oposição não é tarefa fácil. "É dos cargos mais difíceis que existem na política e não é por acaso que as pessoas aguentam pouco". E "mesmo sem maioria absoluta, isto, realmente, é difícil", disse.

As eleições diretas do PSD decorrem este sábado até às 20h. O vencedor, contudo, só entrará em funções plenas no Congresso do PSD, marcado para o primeiro fim-de-semana de julho.

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