O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro acredita que o partido vai "reencontrar-se com os portugueses" e sair "mais unido" das eleições de hoje, apontando ainda ao eleitorado desiludido com o PS, à direita e aos abstencionistas. Também Moreira da Silva já votou e manifestou confiança na vitória.
"O PSD vai sair mais coeso, mais unido destas eleiões e vai conseguir reencontrar-se com os portugueses, reconquistando a confiança deles ao longo dos próximos anos", disse Montenegro, antigo líder parlamentar, aos jornalistas.
Luís Montenegro votou hoje às 16:08 na Junta de Freguesia de Espinho, naquele concelho do distrito de Aveiro, onde é residente. Questionado sobre a inexistência de debates entre os candidatos, Montenegro considerou que a campanha que o opôs ao ex-ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva "decorreu com elevação, com a tranquilidade neessária".
"O nosso adversário neste momento é o Partido Socialista, que governa Portugal há seis anos e que infelizmente tem transportado o país para uma fase em empobrecimento", considerou.
Caso vença, Luís Montenegro prometeu "um PSD diferente, e numa nova fase, no início de uma legislatura que é uma legislatura de maioria absoluta, onde podemos programar as coisas para quatro anos".
Sobre se estará disponível para uma coligação com o Chega nas próximas legislativas, previsivelmente em 2026, Luís Montenegro respondeu estar disponível "para fazer do PSD um partido vencedor e maioritário em Portugal", em caso de vitória nas eleições de hoje.
"O PSD liderado por mim vai tentar atrair para a nossa base de apoio pessoas que se abstiveram nas últimas eleições, pessoas que votaram no Partido Socialista e que, entretanto, se dececionaram, desiludiram e frustraram", adiantou, referindo ainda as pessoas que votaram à direita do PSD.
O candidato, que não é deputado, garantiu ainda que caso seja eleito líder estará no parlamento "muitas vezes", sendo que estar fora da Assembleia da República (AR) lhe vai permitir "que ande muito pelo país", disse.
Confiança em Famalicão, apesar das estruturas
Mais cedo, votou o outro candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva, que também se mostrou “muito confiante” no resultado das diretas que se realizam este sábado e apelou a uma adesão “muito significativa” dos militantes, para dar um sinal da vitalidade do partido.
Em Vila Nova de Famalicão, concelho de onde é natural e onde exerceu o seu direito de voto, mas onde não tem o apoio das estruturas, Jorge Moreira da Silva escusou-se a fazer qualquer declaração “de cariz partidário ou político”, por estar a decorrer o ato eleitoral.
“Faço um balanço muito positivo da minha candidatura e estou muito confiante nos resultados, muito animado pelas reações que fui tendo por parte dos militantes. Isso dá-me uma confiança no resultado. Se se vai verificar ou não, veremos”, referiu.
Disse esperar que as suas ideias tenham sido “suficientemente claras” durante toda a candidatura, vincando que apontou alto. “Eu apontei alto, apontei para a refundação do partido e para o lançamento de uma nova vaga de reformas estruturais que reconquistem o nosso direito ao futuro”, acrescentou.
O antigo ministro do Ambiente preferiu pôr a tónica no apelo a uma participação “muito significativa” no ato eleitoral de hoje, para dar um sinal de vitalidade do PSD. “É importante que os militantes participem de uma forma muito ativa e se dê um sinal de grande vitalidade do PSD”, sublinhando que quanto mais dinâmico e ativo estiver o partido, “melhor para Portugal”.
Questionado sobre se o partido sairá mais unido destas eleições e se a partir de agora todos passarão a estar no mesmo barco, o candidato não se quis pronunciar. “Não vou fazer nenhuma declaração que possa ser mal interpretada, estamos em pleno ato eleitoral, não me sinto confortável em fazer declarações de cariz partidário ou político”, disse.
Nas eleições de hoje para a presidência do PSD, os candidatos são Jorge Moreira da Silva e Luís Montenegro.
O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva disputam hoje a presidência do partido em eleições diretas em que podem votar mais de 44 mil militantes.
De acordo com o site do PSD, o universo eleitoral para as 11.ªs eleições diretas do partido ronda os 44.300 militantes, aqueles que têm as quotas em dia para poder votar e que irão escolher o 19.º presidente do partido.
A eleição decorre em todo o país entre as 14:00 e as 20:00 e, a partir do fecho das urnas, a secretaria-geral do PSD irá disponibilizar a evolução dos resultados das eleições em tempo real no site https://resultados.psd.pt, assim como o histórico das eleições anteriores.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt