
Maioria inflexivel. Medidas com impacto orçamental ou na inflação ficaram pelo caminho
Maioria inflexivel. Medidas com impacto orçamental ou na inflação ficaram pelo caminho
João Diogo Correia, em Estocolmo
Jornalista
Coordenadora de Política
O primeiro Orçamento do Estado (OE) da maioria absoluta socialista vai ser aprovado esta sexta-feira e da “maioria de diálogo” prometida pelo primeiro-ministro restará muito pouco. O PS aprovará o documento (quase) sozinho, apenas com a abstenção dos dois deputados únicos, um do PAN e outro do Livre, e a esquerda voltará à oposição, de onde a direita não saiu. O Governo justifica a “prudência” e o facto de não ir mais longe na almofada para a perda do poder de compra com a necessidade de “guardar margem” para fazer face “aos tempos incertos” que se vivem. E aos que aí vêm.
Das 1500 propostas de alteração ao documento, os socialistas aprovaram cerca de 50 dos outros partidos (com exceção do Chega) e nenhuma com relevo orçamental ou que impacte na inflação. A palavra de ordem no PS é “contenção” na política expansionista, apesar do aparente paradoxo, e por isso no Parlamento os socialistas puxaram do travão de mão no OE: o documento que sairá da Assembleia da República é aquele que o PS quis. “As propostas mais pesadas da oposição entram em contradição com o caminho que temos”, diz fonte socialista ao Expresso. Por isso ficam pelo caminho.
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