O ano passado, "atingiu-se um clima de instabilidade e incerteza nunca visto desde 1982" nas Forças Armadas, mas "foi a partir de 2013, que começaram a esbater-se os valores e os ideais que durante gerações foram o sustentáculo da coesão e do moral" dos militares. O Grupo de Reflexão Estratégica Independente (GREI), que junta cerca de cinco dezenas de oficiais-generais reformados dos três ramos, têm pronto um livro novo - "As Forças Armadas e o seu enquadramento estratégico e funcional" - onde, mesmo sem os nomearem, responsabilizam sobretudo dois ministros pelo estado de "crise profunda" em que se encontram as Forças Armadas: José Pedro Aguiar-Branco, do PSD, ministro da Defesa no Governo de Pedro Passos Coelho, e João Gomes Cravinho, ministro de António Costa na legislatura anterior.
"A defesa nacional e as Forças Armadas encontram-se numa crise profunda que, dia a dia, parece ser mais complexa e já não se sabe bem por que razão como começou, nem como poderá acabar e quando", escreve aquele grupo de militares na reforma que o ano passado já tinha alertado o poder político para a situação de "pré-falência" das Forças Armadas.
O retrato é de um setor a bater no fundo: "A crise internacional" resultante da invasão russa da Ucrânia, que o GREI classifica como "a mais grave na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial", acontece "no momento em que a capacidade de resposta da defesa nacional se encontra, em quase todos os seus setores, no ponto mais baixo desse período de 77 anos".
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