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Marcelo quis pressionar Medina na Defesa. Estas são as razões do Presidente

O Presidente está preocupado com a capacidade de sustentação das operações militares
O Presidente está preocupado com a capacidade de sustentação das operações militares
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O Presidente da República pede mais despesa e Costa diz que estão em “sintonia”. Mas não estão

Marcelo quis pressionar Medina na Defesa. Estas são as razões do Presidente

Vítor Matos

Jornalista

Era agora ou nunca. Marcelo Rebelo de Sousa pressentiu que tinha o terreno da opinião pública sólido e maduro para dar o passo e aproveitou “que as pessoas estão hoje mais sensíveis” para o tema da Defesa por causa da guerra na Ucrânia, para fazer o primeiro discurso presidencial do 25 de Abril focado nas Forças Armadas. Quando pediu “mais meios imprescindíveis” para os militares, tinha um alvo na mira: o novo ministro das Finanças. Menos que para António Costa, o Presidente da República apontou a Fernando Medina, no sentido de criar no governante que assina as despesas uma sensibilidade em relação à Defesa que, na perspetiva de Belém, os anteriores ministros das Finanças (Centeno e Leão) não tiveram. Quanto à reação apaziguadora de Costa, não se vislumbra em Belém a “sintonia” de que o primeiro-ministro falou.

Mais do que soluções imediatas para o Orçamento do Estado que está a ser apreciado no Parlamento, o Presidente espera que o Governo tenha “uma perspetiva a prazo”, para o país estar preparado para “um novo modelo geopolítico, com um novo equilíbrio de poderes e mudanças radicais”. Se a Finlândia e a Suécia entrarem na NATO, ou a China e a Índia deixarem de ser tão “cuidadosos” nas suas posições, o mundo será outro, explicou Marcelo esta quarta-feira numas declarações aos jornalistas em que fez a leitura do seu próprio discurso. É aqui que entra o fator Medina: a visão estrutural para um novo paradigma de segurança exige decisões que vão fazer aumentar a despesa — independentemente da meta de 2% do PIB acordada com a NATO —, mas também há decisões menores, de gestão corrente, que têm sido bloqueadas pela Praça do Comércio.

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