Vários deputados do Chega fazem referências a Salazar e ao Estado Novo
Novo líder parlamentar do Chega diz que referências a Salazar “foram apenas forças de expressão”, acrescentado que já nasceu depois do 25 de Abril de 1974
Novo líder parlamentar do Chega diz que referências a Salazar “foram apenas forças de expressão”, acrescentado que já nasceu depois do 25 de Abril de 1974
O novo líder da bancada do Chega, Pedro Pinto, o deputado Pedro Pessanha e o mandatário para as legislativas Pedro Arroja já fizeram várias referências públicas ao Estado Novo e louvores a Salazar. De acordo com a revista “Sábado”, as referências aparecem tanto nas redes sociais como em discursos públicos dos políticos.
Em 2019, por exemplo, Pedro Pessanha celebrou o 25 de Abril colocando como foto de perfil do Facebook uma fotografia de António de Oliveira Salazar. “Agora que venham os insultos”, escrevia. “Prepare-se que eu há duas semanas fui assassinada e denunciaram-me, fiquei sem esta rede dois dias”, escreveu uma utilizadora, ao qual o agora deputado respondeu: “Quero que eles vão todos para a PQP [puta que os pariu]”.
Pedro Pinto, líder parlamentar, em 2014 escrevia, também no Facebook, referências ao ditador. “Está um antropólogo brasileiro (cá não deve haver disso), que já disse que ‘o povo português é racista’, a ‘polícia portuguesa é racista’… Pergunto, se fossemos realmente racistas este indivíduo poderia estar a falar num canal português estatal a agredir os portugueses desta maneira? Ai Salazar, Salazar, Salazar…”. Dois anos antes já tinha referido Salazar no fim de uma crítica ao antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, referindo no fim: “Viva Salazar! Viva Portugal!”.
Pedro Arroja, mandatário para as legislativas, também já tinha elogiado o “milagre económico” do Estado Novo, afirmando que agora é que existia censura. Ao final do dia, André Ventura apropriou-se da tríade do Estado Novo (“Deus, Pátria e Família”), acrescentando-lhe “Trabalho”.
Em declarações à revista, Pedro Pinto diz que “foram apenas forças de expressão”. “Não sou saudosista, até porque já nasci depois do 25 de Abril de 1974”, diz. Em janeiro, André Ventura dizia que o partido era um espaço de liberdade. “Acredito que haja pessoas (no partido que admirem Salazar). Nós temos que perder esta coisa de que tudo o que vem do Estado Novo é mau e tudo o vem do 25 de Abril é bom.”
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