“A atitude do Governo é lamentável.” Marques Mendes arrasa Governo na substituição do CEMA, “quase atirado pela janela”
Comentador diz que pressa de pôr o exonerado Chefe do Estado-Maior da Armada na rua é um empurrão suspeito. "Parece-me que o Governo quis nesta altura aproveitar a popularidade de Gouveia e Melo", frisou. Já a TAP foi uma vitória para o Governo
No seu habitual espaço de comentário de domingo na SIC, Marques Mendes arrasou o Governo por substituir o almirante Mendes Calado por Gouveia e Melo como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) a pouco mais de um mês das eleições legislativas. “O que começa mal, normalmente acaba mal”, disse o comentador, sem colocar, contudo, em causa o vice-almirante, “um militar competente, credível e prestigiado”.
Loading...
Além do Governo, Marques Mendes não poupou ainda o Presidente da República, Marcelo rebelo de Sousa, que dará posse a Gouveia e Melo esta segunda-feira, após ter travado a exoneração de Mendes Calado em outubro. “A atitude do Governo é lamentável, é uma iniciativa péssima”, critica o antigo líder do PSD, que sustenta que o CEMA exonerado “quase foi atirado pela janela fora”.
Para Marques Mendes em causa está não só um ataque à pessoa, mas à instituição, sustentando ainda que, a um mês de cessar funções, o atual Governo tem plenos poderes para tomar decisões, “mas politicamente não”.
“Mendes Calado não é incompetente, não comeu erros, senão não seria condecorado pelo Presidente da República”, sublinhou o comentador político da SIC, sustentando que a “pressa de o pôr na rua é um empurrão suspeito”.
“Parece-me que o Governo quis nesta altura aproveitar a popularidade de Gouveia e Melo, o que é censurável", disse, lembrando ainda que esta não é a primeira, nem a segunda ou terceira vez que o Governo trata mal as Forças Armadas. “Trata as Forças Armadas como se fosse um departamento governamental, quando merecem ser tratadas com sentido de Estado”, frisou.
TAP foi uma vitória do Governo
Já a aprovação da Comissão Europeia ao plano de reestruturação da TAP foi considerada por Luís Marques Mendes como uma vitória para o Governo e, sobretud, para o ministro da tutela Pedro Nuno Santos. “Foi aprovado com poucas cedências, não ficou uma TAPzinha”, notou, frisando ser ainda uma vitória por Bruxelas ter “resolvido o problema antes das eleições, o que para o Governo é um alívio”.
Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e Habitação, “ganhou estatuto, um certificado de credibilidade como ministro e uma enorme ajuda a curto prazo”, afirmou ainda Marques Mendes, repisando que o chumbo ao plano da TAP teria sido “um pesadelo para o Governo em campanha”.
No médio prazo o plano vai correr bem? Questionou o comentador, que deixa uma sugestão à tutela. “Tentaria já nomear uma comissão independente para acompanhar e fiscalizar o plano de reestruturação”.