O Livre repudia as agressões a imigrantes em Odemira por parte de sete militares da GNR e pede "tolerância zero" ao racismo e à violação de Direitos Humanos por parte das forças de segurança.
"O caso de agressões e tortura em Odemira, por parte de militares da GNR, a imigrantes é chocante e inaceitável. O caso trazido a público pela comunicação social é chocante e merece o maior repúdio por parte do Livre", afirma o partido em comunicado.
O partido de Rui Tavares considera que o caso vem demonstrar a "urgência" de combater o racismo e xenofobia dentro das forças de segurança e exige uma "ação clara" e "inequívoca" por parte do ministério da Administração Interna (MAI).
" A violência policial é a violência do Estado, pelo que devem ser assumidas todas as responsabilidades por parte das entidades competentes. O racismo estrutural descredibiliza as instituições do país e fragiliza a atuação do Estado", acrescenta.
Para o Livre, é essencial apostar num recrutamento "rigoroso" e formação em políticas antirracistas a todos os elementos das forças de segurança. E qualquer manifestação racista por parte de um agente da autoridade deve levar ao seu "afastamento definitivo" de funções. "A tolerância zero ao racismo e à violação de direitos humanos por parte das forças de segurança deve ser a prioridade clara e assumida do Ministério da Administração Interna, nomeadamente do próximo governo", insiste.
O partido sublinha ainda que as Nações Unidas (ONU) pediram "ação sistémica" contra o racismo e fim da impunidade da violência policial, no âmbito do relatório sobre violações do Direito Internacional dos Direitos Humanos.
O caso avançado pela CNN remonta a 2019. Os sete militares da GNR estão acusados de 33 crimes, entre os quais sequestro, tortura, ofensas à integridade física qualificada e abuso de poder contra vários trabalhadores agrícolas em Odemira, oriundos de países como o Bangladesh, Nepal e Paquistão.
A PJ apreendeu os telemóveis de cinco militares do posto da GNR da Vila Nova de Milfontes, onde estavam guardados vídeos com episódios de agressões. Dos sete arguidos, apenas dois militares foram suspensos de funções, apurou o Expresso.
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