No segundo dia do IV Congresso do Chega, muita da atenção estava voltada para as eleições diretas do PSD. E nem André Ventura fugiu ao assunto. Depois de recados na véspera para os dois candidatos, o líder do Chega reconheceu este sábado na Expo Center, em Viseu, que se “falou demais” em Rui Rio e Paulo Rangel e voltou a ser ambíguo quanto a coligações pós-eleitorais com o seu antigo partido.
“A nossa preocupação não devia ser Rio nem Rangel, mea culpa, que devia ter dito que nós queremos ser a verdadeira oposição ao PS. Quero deixar-vos aqui esta promessa: nós não vamos negociar, pactuar, dialogar, vamos impor a presença do Chega num Governo de Portugal pela força do voto que vamos ter”, prometeu Ventura perante os aplausos de mais de 400 congressistas.
Afirmando que o Chega mantém o objetivo de se tornar em janeiro a terceira força política nacional, Ventura reiterou que a meta é mais ambiciosa no prazo de duas legislaturas. “Ainda não somos a maior força política em Portugal, mas em duas legislaturas alcançaremos o Governo de Portugal. Não precisamos do PSD, nem do PS para governar. Seremos nós a governar em Portugal”, insistiu.
Já depois de serem conhecidos os resultados das diretas do PSD, Ventura sugeriu que, com a vitória de Rio, este seria um “dia muito feliz” para António Costa e avisou que “estamos mais próximos de um bloco central”. Mais: se o seu partido vier a ser chamado para uma solução governativa com o PSD e recusar, o líder rejeita que “o ónus da ingovernabilidade” seja do Chega. “Tal como nos Açores, estabelecemos as nossas condições. Elas continuam em cima da mesa”, disse.
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