As mais recentes declarações da ministra da Saúde sobre a contratação de profissionais de saúde mais resilientes estão a inflamar os ânimos e a causar tensões na relação do Governo com o setor da Saúde, e Marcelo Rebelo de Sousa quer gelo nos pulsos. É preciso "união" e não alimentar "querelas sobre o que não existe". Ninguém tem dúvidas, nem no Governo, nem no Parlamento, nem em lado nenhum, de que se houve característica que os profissionais de saúde demonstraram foi a resiliência, disse Marcelo tentando pôr um ponto final na polémica.
"Não vou comentar o que dizem os ministros ou dirigentes políticos, nunca o fiz, mas a minha sensação, e acho que é a de todos os portugueses, do Governo e do Parlamento, é de que se houve característica que os profissionais de saúde demonstraram, além da devoção e da competência, foi a resiliência. Demonstraram isso e o governo reconheceu várias vezes isso", disse aos jornalistas à margem de uma visita em Braga, lembrando que também condecorou simbolicamente profissionais de saúde.
Para Marcelo, numa fase em que o país procura contronar os obstáculos da pandemia ao mesmo tempo que quer ver a vida continuar e a economia a crescer, é preciso os agentes políticos estarem "unidos" e concentrados no objetivo fundamental.
"A prioridade é a vacinação, tem de ser acelerada, e é investir no SNS para que possa recuperar o que ficou para trás, ao nível das consultas, cirurgias e atendimentos que foram sacrificados. E para isso é fundamental estarmos unidos. Não perco um minuto com querelas sobre aquilo que não existe", sublinhou, reforçando que na cabeça de todos - governo, ministros, deputados, secretários de Estado e PR - está a ideia de que os profissionais de saúde são resilientes. "Tomáramos nós ser tão resistentes como eles", disse.
Sobre as medidas de contenção da pandemia e sobre a aproximação do período crítico do Natal, Marcelo quis deixar uma mensagem de equilíbrio para a quadra das festas: por um lado é preciso "juízo em relação às regras sanitárias" e por outro é preciso "não deixar de acreditar que a vida continua". A mensagem é de pedagogia, mesmo que a pandemia "continue a acelerar no ano que vem".
Há mais vida para além dos números da Covid-19 e Marcelo pede que não se adie mais a vida. "É fundamental que a economia acelere ao longo de 2022. As pessoas têm o direito de apostar no futuro, não vamos adiar a vida, vamos é vivê-la com bom senso, mas num espírito de olhar para o futuro", disse.
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