Foi uma crise política que durou uma semana. O deputado único do Chega na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores anunciou esta quarta-feira o seu voto favorável ao Plano e Orçamento do arquipélago para o próximo ano. “A democracia deve ser uma vivência, uma caminhada e até uma aprendizagem”, declarou José Pacheco, acrescentando que ela “vive essencialmente do consenso”. Uma semana depois de o presidente nacional do partido, André Ventura, ter “recomendado” e dado “instruções” ao seu deputado insular para deixar cair o Governo Regional, José Pacheco segura-o.
Uma proposta de apoio à natalidade e a atribuição de viaturas a quatro corporações de bombeiros foram suficientes para alavancar “a última oportunidade” que o Chega disse na sexta-feira dar ao Governo Regional. Reagindo às críticas ao seu silêncio durante a sessão legislativa, José Pacheco justificou-o com “a auscultação de todas as partes”. A democracia, declarou na sua intervenção final na cidade da Horta, tem de ser “uma constante ponte para o entendimento” e “nunca um muro” que impede o diálogo. “O respeito que exigimos foi alcançado”, disse, garantindo que o seu sentido de voto é “uma responsabilidade” só sua “e de mais ninguém”. Mas “isto não é um cheque em branco”, “não é mais uma oportunidade” e “não voltará a acontecer porque estaremos demasiado atentos”, avisou.
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