20 novembro 2021 21:58
mário cruz
O novo Orçamento será o velho, aditivado com medidas à esquerda. PS crê que calendário pode facilitar voto do PSD
20 novembro 2021 21:58
Numa altura de muitas incertezas, os socialistas jogam até ao dia 30 de janeiro com algumas convicções. A primeira, que ganham as legislativas antecipadas, só não sabem em que condições; a segunda é a de que seja com os votos da esquerda seja com a viabilização do PSD, o primeiro Orçamento — que será o velho e chumbado Orçamento, aditivado com medidas negociadas com PCP e BE —, acabará aprovado. A impossibilidade de dissolver a Assembleia até 30 de julho e a vontade do PSD em ter mais tempo para se organizar e evitar novas eleições depois do verão, assim o poderá ditar, acreditam. A maior incógnita entre os socialistas é o segundo Orçamento, que daria tempo de vida útil a um Governo até outubro de 2023, e que poderia servir a todas as partes: a António Costa, aos dois candidatos do PSD e até ao possível candidato a uma liderança no PS, Pedro Nuno Santos.
O primeiro passo de António Costa, caso ganhe eleições, é o de apresentar o mesmo OE. “O novo Orçamento é o velho Orçamento” com os acrescentos negociados à esquerda, assume um governante, sem que à partida haja mudanças para agradar ao PSD. As Finanças irão adaptar os mapas às previsões que existam em março, altura em que João Leão prometeu a Bruxelas que poderia ser apresentado novo documento, e acrescentar as medidas negociadas com PCP e BE e espaço para outras serem negociadas na especialidade. “Seria estranho que o PS, ganhando as eleições, não apresentasse o mesmo Orçamento que esteve na base da crise e que, na altura, já terá sido apreciado pelo povo”, diz um governante ao Expresso.