Política

Presidente do Governo Regional dos Açores diz que fez "tudo" para garantir estabilidade. Agora, "cada um fala por si"

José Manuel Bolieiro
José Manuel Bolieiro

"Caso não seja possível garantir a estabilidade política, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender", acrescentou José Manuel Bolieiro. O social-democrata falava a propósito do apelo de André Ventura para o deputado único regional do Chega retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores, em vésperas de debate e votação do Orçamento Regional

O presidente do Governo açoriano alertou esta quinta-feira que "as questões dos Açores resolvem-se nos Açores", assegurando que fez tudo para "garantir a estabilidade política", incluindo falar com o deputado regional do Chega para construir "um denominador comum".

"Tudo fiz para garantir a estabilidade política e uma boa governação para os Açores. Caso não seja possível, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender. Tenho a convicção de que fiz tudo. A partir daí, cada um fala por si", disse o social-democrata José Manuel Bolieiro em Ponta Delgada.

O chefe do executivo açoriano falava a propósito do apelo do líder nacional do Chega, André Ventura, para o seu deputado único retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), em vésperas de debate e votação do Orçamento Regional.

Em declarações aos jornalistas após receber, em audiência, Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, Bolieiro frisou que "as questões dos Açores resolvem-se nos Açores" e revelou que tem falado com o deputado do Chega, José Pacheco, tendo feito o mesmo "com todos, relativamente às referências para a construção de um denominador comum, sólido e que beneficie o interesse dos Açores".

"Não posso ir além falando pelos outros", frisou, perante a insistência dos jornalistas sobre uma aparente confiança na viabilização do Orçamento Regional, que começa a ser debatido no Parlamento açoriano na segunda-feira.

A Assembleia Legislativa Regional dos Açores é composta por 57 eleitos e a coligação de direita do Governo - que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal.

O Chega elegeu dois deputados nas eleições regionais de 2020, mas um deles, Carlos Furtado, passou a independente após ter perdido, em julho, a confiança política do líder nacional do partido.

O Parlamento açoriano conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN, que aguarda validação da comissão política local para votar contra.

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