Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu o que queria - um parecer maioritariamente favorável do Conselho de Estado à dissolução da Assembleia da República, tendo apenas dois conselheiros, Francisco Louçã e Domingos Abrantes, contestado o uso da 'bomba atómica' - mas não conseguiu evitar que o tema da data das eleições antecipadas (que quis afastar da agenda) saltasse para a mesa.
Rui Rio insistiu que as eleições devem ser rápidas, alegando o interesse nacional. E o segundo conselheiro que saiu em defesa de pressa nos prazos eleitorais foi o comunista Domingos Abrantes. Carlos César, presidente do PS, concordou que não se deve perder tempo, embora, relataram ao Expresso, sem carregar excessivamente na questão. E a surpresa foi Cavaco Silva, que não só defendeu que as eleições antecipadas exigem tempo, como defendeu que só devem ocorrer em finais de fevereiro.
O ex-Presidente da República alinhou, assim, com os argumentos de Paulo Rangel, o candidato à liderança do PSD contra Rui Rio, e chegou mesmo a dar o exemplo do que se passou consigo quando era primeiro-ministro em 1985 e o Parlamento foi dissolvido, para mostrar que os prazos não têm que ser limitados.
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