Nuno Melo reagiu à decisão do Conselho Nacional do CDS-PP que, na madrugada de sábado, aprovou o adiamento do congresso eletivo do partido para depois das eleições legislativas. Na sua conta no Facebook, o candidato à liderança do CDS-PP criticou o “simulacro de deliberação promovido pelo presidente”, disse que a mesma é “premeditadamente ilegal” e resulta de um processo “obscenamente arbitrário”. Recorde-se que, antes do chumbo do Orçamento do Estado que lança o país para eleições antecipadas em 2022, o congresso do CDS-PP estava marcado para 27 e 28 de novembro.
“O que sucedeu”, analisou Nuno Melo, “nunca foi visto no CDS em 47 anos de história”. E prosseguiu: “Violando a decisão do Tribunal do partido, passando por cima da nulidade declarada, valendo-se de um órgão constituído por um imenso número de inerências que resultam de escolhas do próprio presidente do partido, a direção fugiu aos votos num Congresso já marcado, por saber que o perderia, apenas para se poder apresentar em eleições legislativas já fora de mandato”. Nuno Melo refere-se à decisão do Conselho de Juridisção do CDS que lhe dera razão quanto à impugnação que pedira para travar a reunião do Conselho Nacional.
“Quem foge aos votos dos militantes, violando a lei, não merece o respeito do partido, nem a confiança dos eleitores. Está em causa neste momento a legalidade e a decência num Partido que foi sempre o meu, fundador da democracia em Portugal. Dentro de horas, o presidente do CDS será recebido pelo Senhor Presidente da República, garante do regular funcionamento das instituições democráticas. O CDS é parte fundamental do sistema democrático. Até lá, faço apelo a que o Senhor Presidente da República tenha noção do que aconteceu e releve suficientemente o golpe institucional que ontem, o CDS viveu”, escreve Nuno Melo.
Já este sábado, após outra noite de intensa luta partidária no CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes assumiu publicamente que se vai desfiliar “em nome da liberdade”. Nuno Melo promete reagir “publicamente ao final da tarde”.
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